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Guerra
21/10/2025 14:00:00

A Disputa pelo Míssil Tomahawk: Implicações e Interesse na Guerra na Ucrânia

Análise do potencial estratégico e os obstáculos na possível transferência de mísseis de alta precisão para Kiev

A Disputa pelo Míssil Tomahawk: Implicações e Interesse na Guerra na Ucrânia

Recentemente, uma reunião realizada na Casa Branca entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, despertou discussões sobre a possível doação de mísseis Tomahawk à Ucrânia.

Este foi o quarto encontro presencial entre os dois líderes desde que Trump retomou o mandato em janeiro, abordando assuntos estratégicos relacionados ao conflito na Europa. Os mísseis Tomahawk, de orientação de cruzeiro e alcance elevado, são largamente empregados em operações de precisão militar.

Desde sua estreia em 1991, eles têm sido utilizados principalmente para ataques terrestres, podendo atingir alvos a até 1.600 quilômetros de distância a partir de plataformas marítimas. Esses projéteis voam em trajetórias próximas ao solo, o que reduz a chance de serem detectados e interceptados, sendo essenciais em missões que exigem alta acuracidade e penetração em sistemas de defesa adversários. Recentemente, aliados dos EUA na região do Pacífico manifestaram interesse em adquirir esses mísseis para reforçar sua segurança regional.

A Ucrânia demonstra um interesse crescente em ampliar seu arsenal com os Tomahawks, considerando-os uma alternativa para aumentar sua capacidade de ataque a alvos estratégicos dentro do território russo. Caso essa transferência aconteça, ela poderá alterar o equilíbrio da guerra, afetando infraestrutura logística e bases aéreas russas.

Entre os motivos que justificam esse interesse estão a capacidade de atacar instalações militares essenciais, exercer pressão sobre a cadeia de suprimentos da Rússia e influenciar negociações de paz, além de alterar as dinâmicas geopolíticas na região.

Entretanto, o país enfrenta obstáculos significativos na implementação desses planos, pois não dispõe de navios ou submarinos compatíveis para operar os mísseis. Como alternativa, há a variante terrestre Typhon, que está disponível em quantidade limitada.

Além disso, o alto custo de aquisição e a baixa disponibilidade no mercado internacional comprometem uma ação em grande escala, podendo restringir o impacto em um conflito prolongado. Donald Trump já indicou um apoio cauteloso à venda de Tomahawks à Ucrânia, buscando um equilíbrio entre ajudar Kiev e preservar os estoques militares americanos.

Em seu último encontro com Zelenskyy, reforçou a importância de avaliar cuidadosamente as consequências estratégicas dessa decisão, especialmente à luz da possibilidade de escalada com a Rússia. Autoridades norte-americanas e russas continuam a discutir esses temas com cautela, considerando os efeitos na segurança global, as relações bilaterais e as possíveis repercussões diplomáticas, diante da advertência de Moscou de que a transferência de tais armamentos poderia intensificar o conflito e prejudicar as negociações em andamento.

Por sua vez, a entrega de mísseis Tomahawk à Ucrânia poderá elevar ainda mais as tensões internacionais, uma vez que a Rússia interpretaria essa medida como uma escalada do envolvimento dos EUA na guerra, podendo sinalizar um retrocesso nos esforços diplomáticos recentes.