Roubo de jóias valiosas do Louvre em operação rápida e misteriosa

Durante uma ação de poucos minutos, criminosos mascarados invadiram o Museu do Louvre, em Paris, na manhã de domingo (19/10), logrando furtar joias de valor inestimável pertencentes à coleção de Napoleão e à herança dos reis franceses.

O roubo aconteceu antes de os suspeitos fugirem em motocicletas, de acordo com informações fornecidas pelas autoridades locais. As investigações preliminares indicam que o delito ocorreu entre 9h30 e 9h40, horário local, ou seja, às 4h30 em Brasília, com a ação se desenrolando entre seis e sete minutos.

Mesmo com o museu aberto ao público na hora, a retirada das peças foi efetuada sem incidentes, e não foram registrados ferimentos entre visitantes, funcionários ou agentes de segurança. Os assaltantes acessaram a sala de interesse por meio de um elevador de carga, utilizado pelos funcionários do museu, e estavam armados com pequenas motosserras, conforme relato de uma fonte policial. A área ao redor do Louvre foi isolada pelas forças de segurança, enquanto o maior museu do mundo recebeu quase 9 milhões de visitantes em 2024.

O ministro do Interior, Laurent Nunez, declarou que as joias roubadas possuem valor patrimonial e histórico de valor incalculável. Ele expressou confiança na rápida recuperação dos objetos e na prisão dos responsáveis, embora tenha evitado identificar as peças específicas roubadas.

Em pronunciamento via X (antigo Twitter), o presidente Emmanuel Macron condenou o ataque, classificando-o como um ataque ao patrimônio cultural do país, que é considerado parte de sua história. Ele garantiu que os itens serão recuperados e que os criminosos responderão perante a Justiça.

Segundo reportagens do jornal Le Parisien, nove peças da coleção de joias de Napoleão e de outros reis franceses foram levadas, incluindo um colar, uma tiara e um broche. A fuga dos suspeitos ocorreu após quebrar uma janela na Galerie d'Apollon, uma sala com teto pintado por Charles Le Brun, onde são exibidas parte das joias da coroa francesa.

A joia de maior destaque, o diamante Regent de 140 quilates, que fazia parte de uma espada de desfile de Napoleão, não foi levada, destacou o Le Parisien, baseado em informações de uma fonte interna do museu.

Essa peça é avaliada em mais de 60 milhões de dólares pela Sotheby's. A ministra da Cultura, Rachida Dati, confirmou que uma das joias roubadas foi localizada nas imediações do Louvre, porém, detalhes adicionais não foram divulgados. O mesmo jornal havia mencionado anteriormente que uma joia específica era a coroa da imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III, que estaria danificada.

A peça, que contém 1.354 diamantes e 56 esmeraldas, é avaliada em dezenas de milhões de euros, sendo considerada uma das joias mais valiosas do patrimônio nacional. Alexandre Giquello, presidente da casa de leilões Drouot, opinou que, apesar do valor, ela não representa o item mais importante do acervo.

A rapidez dos ladrões foi destacada pelo ministro do Interior, que afirmou que eles agiram rapidamente, enquanto a polícia chegou quase que imediatamente ao local. Nunez ressaltou que a taxa de sucesso em recuperar itens como esses supera 50%.

A polícia utilizou um cortador de discos para quebrar os vidros da sala e capturar os suspeitos, que logo após a ação fugiram em duas motocicletas. Imagens de câmeras de segurança também estão sendo analisadas para identificar os criminosos.

O Museu do Louvre foi completamente evacuado e permanece fechado para o público neste domingo, com as autoridades priorizando a preservação de provas para as investigações. Nunez admitiu que há vulnerabilidades na segurança dos museus franceses, e novos programas de reforço estão sendo implementados para evitar ocorrências semelhantes.

Desde a manhã, as equipes de polícia, com o apoio da equipe do museu, estão conduzindo buscas e diligências na área. Enquanto isso, o museu utilizou suas redes sociais para informar que a suspensão das atividades se deve a motivos excepcionais, e que as investigações continuam a todo vapor.

O incidente acontece em um momento em que o Louvre, o museu mais visitado do mundo, registra uma grande afluência, com grande parte de seus visitantes sendo estrangeiros. No início do ano, Emmanuel Macron anunciou melhorias na infraestrutura do local, após o diretor alertar sobre a superlotação e os riscos de segurança.