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Acidente
19/10/2025 02:00:00

Aumento de vítimas civis na Ucrânia reflete crise humanitária agravada entre janeiro e setembro de 2025

Relatório da ONU destaca crescimento de 31% em mortes e destruição contínua de infraestruturas essenciais na região de conflito

Aumento de vítimas civis na Ucrânia reflete crise humanitária agravada entre janeiro e setembro de 2025

Durante o período de janeiro a setembro de 2025, o número de civis mortos na Ucrânia cresceu em 31%, evidenciando o impacto devastador do conflito na população civil.

Segundo a Missão de Monitoramento de Direitos Humanos das Nações Unidas, ao menos 214 pessoas perderam a vida, enquanto quase 1.000 ficaram feridas durante o mês de setembro, principalmente nas áreas próximas às linhas de frente.

A violência persistente e a destruição generalizada continuam a afetar regiões como Donetsk e Kherson, no leste do país, onde 69% das vítimas civis foram registradas. A maioria dos óbitos foi de adultos com menos de 60 anos, muitos dos quais permanecem em suas comunidades apesar dos riscos constantes.

Em um dos ataques mais letais do mês, uma bomba aérea russa vitimou 25 civis em Yarova, na região de Donetsk, em 9 de setembro. Entre as vítimas estavam 16 mulheres e 9 homens, muitos à espera de receber seus salários no momento da explosão.

O relatório também aponta que ataques com drones de curta distância, especialmente aqueles controlados por operadores em primeira pessoa (FPV), continuam sendo a principal causa de mortes e ferimentos nas áreas de conflito. Além dos confrontos diretos, as instalações de energia permanecem sob ataque frequente.

Em setembro, pelo menos 31 ataques foram registrados, atingindo severamente o fornecimento de eletricidade e água em várias regiões, incluindo Chernihiv, que sofreu 12 desses ataques, resultando em longos períodos de apagões. Na madrugada de quarta-feira, uma ofensiva massiva contra subestações elétricas deixou um menino de sete anos morto e 34 pessoas feridas, além de deixar diversas regiões, incluindo Kyiv, às escuras.

Desde o começo de 2025, os números de civis mortos e feridos aumentaram 31% em comparação com o mesmo período de 2024, tendência que, de acordo com a Missão, ainda não apresenta sinais de desaceleração. Desde o início da invasão russa em 2022, a ONU estima ter registrado mais de 14.300 mortes civis e cerca de 37.500 feridos, incluindo aproximadamente 3.000 crianças.

No cenário de crise, histórias de resistência também surgem em países vizinhos, como a Moldávia. Em Chi?inau, centros comunitários especializados em saúde mental oferecem apoio e esperança a deslocados pela guerra. Com o agravamento das mudanças climáticas, desastres naturais têm se tornado mais frequentes e destrutivos, destruindo conquistas de desenvolvimento que levaram décadas para serem alcançadas.

Yuri, de 88 anos, fugiu sozinho da Ucrânia e participa de atividades terapêuticas que auxiliam a enfrentar a solidão, enquanto Ana, de 73 anos, encontrou no centro um novo sentido de pertença após meses de ansiedade e depressão. Desde 2023, a Organização Internacional para Migração (OIM) tem apoiado mais de mil pessoas deslocadas na Moldávia, fornecendo assistência psicológica e social, transformando traumas em processos de recuperação através de cuidados empáticos.

Por fim, a Missão de Monitoramento reforça o apelo urgente por proteção imediata aos civis e responsabilização por todas as violações ao direito internacional humanitário. Danielle Bell, líder da missão, destacou que “praticamente não há um dia sem mortes civis na Ucrânia”, reforçando que, enquanto os ataques continuarem e a violência persistir contra os mais vulneráveis, a crise humanitária na região continuará se aprofundando, deixando uma ferida aberta no coração da Europa.