Após uma sequência de quatro meses de retração, o comércio varejista apresentou uma leve expansão de 0,2% de julho para agosto, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 15 de outubro.
Na comparação anual, houve um aumento de 0,4%. Assim, o setor encontra-se 0,7% abaixo do recorde registrado em março de 2025, e 9,4% acima do nível pré-pandemia de Covid-19, registrado em fevereiro de 2020.
No cenário regional, o estado do Maranhão conquistou sua terceira alta consecutiva, após crescer 0,5% em junho e 0,1% em julho, impulsionado por promoções em hipermercados e supermercados, como apontado pelo fotógrafo Valter Campanato.
A Pesquisa Mensal de Comércio revela que em agosto, cinco dos oito setores analisados apresentaram resultados positivos. Entre eles, destaque para equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação, com alta de 4,9%; tecidos, vestuário e calçados, com 1,0%; além de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que cresceram 0,7%.
Outros setores que contribuíram para a recuperação foram móveis e eletrodomésticos, com 0,4%; e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, também com 0,4%.
Na análise por regiões, especialmente na série com ajuste sazonal, o comércio varejista cresceu em 16 das 27 unidades federais, com destaque para Rio Grande do Norte (2,6%), Maranhão (2,5%) e Paraíba (1,9%). Por outro lado, 11 estados tiveram resultados negativos, sendo os principais Amapá (-4,3%), Rondônia (-1,5%) e Espírito Santo (-1,2%).
O estado potiguar marcou sua oitava expansão consecutiva, a mais expressiva entre elas, conforme Cristiano Santos, responsável pela pesquisa, destaca que o setor de hipermercados, supermercados, alimentos, bebidas e fumo foi o principal impulsionador. “O crescimento se deve, em grande parte, à ampliação do número de estabelecimentos, que também elevou as receitas a partir de agosto”, explicou.
Em relação ao comércio ampliado, 13 estados mostraram variações positivas, liderados por Goiás (4,8%), Maranhão (2,3%) e Rio Grande do Norte (2,2%). Os demais apresentaram quedas, sendo Amapá (-4,8%), Rondônia (-2,9%) e Amazonas (-2,5%).
Cristiano Santos acrescenta que o cenário reflete uma base de vendas ainda elevada, com o mês de março sendo o pico na série com ajuste sazonal. “Estamos em um momento de estabilidade, com variações mensais pequenas e próximas de zero, tanto para cima quanto para baixo.
A sequência de quatro meses com variações mínimas, próximas de uma tendência de baixa, já impactava o patamar da série de março, e com a chegada de agosto, essa diferença deixou de crescer”, conclui.