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Saúde
15/10/2025 20:00:00

Novo avanço na luta contra o câncer de mama: medicamento revolucionário será disponibilizado integralmente pelo SUS

Início da distribuição do Trastuzumabe Entansina marca uma conquista significativa na assistência oncológica pública do Brasil

Novo avanço na luta contra o câncer de mama: medicamento revolucionário será disponibilizado integralmente pelo SUS

Durante o mês do Outubro Rosa, o Ministério da Saúde recebeu o primeiro carregamento do Trastuzumabe Entansina, uma medicação de última geração que passa a fazer parte do Sistema Único de Saúde (SUS) para combater casos de câncer de mama HER2-positivo. Essa variante da doença, altamente agressiva, acelera o crescimento das células tumorais. A primeira remessa, composta por 11.978 unidades (6.206 de 100 mg e 5.772 de 160 mg), chegou na segunda-feira, 13 de outubro, ao depósito do Aeroporto Internacional de Guarulhos, localizado em São Paulo.

Ao todo, o fornecimento será realizado em quatro remessas. As próximas entregas estão agendadas para dezembro de 2025, março e junho de 2026. Com esse reforço, a demanda atual do SUS por esse tratamento será completamente atendida, beneficiando 1.144 pacientes ainda neste ano.

José Barreto, responsável pelo Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, destacou a importância do avanço, afirmando: “Este é um progresso extraordinário na oncologia nacional, pois representa o primeiro protocolo clínico dedicado a essa terapia. O medicamento é muito aguardado pelo público brasileiro e pode reduzir em até metade a mortalidade entre mulheres com câncer de mama HER2 positivo. É uma vitória significativa para o sistema de saúde pública e para o povo brasileiro.”

O aporte financeiro total do Governo Federal para a aquisição do medicamento soma R$ 159,3 milhões, destinados à compra de 34.400 frascos-ampola, sendo 17.200 de 100 mg e 17.200 de 160 mg. Uma negociação feita pelo Ministério da Saúde permitiu adquirir os frascos por preços aproximadamente 50% inferiores aos praticados no mercado, gerando uma economia de cerca de R$ 165,8 milhões e facilitando o acesso ao tratamento pelo SUS. Os preços negociados caíram de R$ 7.2 mil e R$ 11.6 mil para R$ 3.5 mil e R$ 5.6 mil, respectivamente.

O uso do Trastuzumabe Entansina é recomendado para mulheres que ainda apresentem sinais da doença após a quimioterapia inicial, especialmente em casos de câncer de mama HER2-positivo em estágio III. Essa nova alternativa terapêutica amplia as opções do SUS, melhorando as perspectivas de controle da doença e qualidade de vida das pacientes. O medicamento será distribuído às secretarias estaduais de saúde, que farão a distribuição de acordo com os protocolos clínicos atuais.

Além do Trastuzumabe Entansina, o Ministério da Saúde está avançando na disponibilização de inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe), indicados para câncer de mama avançado ou metastático receptor hormonal positivo e HER2-negativo.

A portaria que autoriza a compra descentralizada desses medicamentos, através da Autorização de Procedimento de Alta Complexidade (APAC), será publicada ainda neste mês. Esse método permite que os estados e municípios realizem suas aquisições com financiamento federal, otimizando a logística e garantindo que os tratamentos cheguem com maior rapidez às pacientes atendidas nos serviços especializados.

No âmbito de ações de prevenção, o governo anunciou recentemente a ampliação do alcance da mamografia pelo SUS, passando a atender mulheres a partir dos 40 anos, mesmo na ausência de sintomas. Essa mudança visa promover o diagnóstico precoce e facilitar o acesso ao exame, especialmente para mulheres que antes enfrentavam obstáculos, como a necessidade de histórico familiar ou sinais clínicos evidentes. Em 2024, as mamografias realizadas em mulheres com menos de 50 anos já representam 30% do total, com mais de um milhão de exames efetuados.

O programa 'Agora Tem Especialistas' também teve início em outubro, com o objetivo de oferecer atendimento especializado para a saúde da mulher em regiões com deficiência de serviços médicos qualificados. As 28 unidades móveis, que começaram suas atividades nesta semana, estão localizadas em áreas de difícil acesso em 20 estados, incluindo cidades como Humaitá (AM), Rio Branco (AC), Macapá (AP), Paulo Afonso (BA), Imperatriz (MA), Juiz de Fora (MG), Diamantina (MG), Campo Grande (MS), Lagarto (SE), Registro (SP), Palmas (TO), Senhor do Bonfim (BA), Japeri (RJ), Guaranhuns (PE) e Goiânia (GO). A previsão é que ao longo do mês, cerca de 42.500 pacientes sejam atendidos, com a realização de aproximadamente 130 mil procedimentos, incluindo consultas, exames e biópsias.