Conexão Satelital em Veículos Ganha Popularidade em Alagoas

Para indivíduos que frequentemente se deslocam por estradas, embarcações ou outros meios, manter o acesso à rede digital representa um desafio constante. A distância das torres de transmissão e a localização geográfica dificultam a recepção do sinal, especialmente em áreas rurais.

Como alternativa, a conexão via satélite tem se tornado uma solução comum. Instalada no teto de veículos ou no vidro dianteiro, ela responde às necessidades atuais de conexão contínua. A empresa americana Starlink, controlada pelo magnata Elon Musk, é responsável pela rede de satélites e antenas que possibilitam essa tecnologia.

No estado de Alagoas, Lucas Oliveira, empreendedor local, atua na venda desses dispositivos há aproximadamente um ano. Segundo ele, a procura tem crescido de forma gradual, especialmente por viajantes a trabalho.

Oliveira observa que o público predominante que busca esses equipamentos são indivíduos que frequentemente transitam por áreas com sinais de internet instáveis. "Quem procura por essa tecnologia é bastante variado: empresários, agricultores, políticos. Geralmente, pessoas que se deslocam com frequência ou atuam na zona rural", explica. Bruno Oliveira, um empresário que adquiriu seu kit antes mesmo do produto chegar oficialmente ao Brasil, relata que possui duas operadoras de celular, porém enfrenta dificuldades de conexão em momentos cruciais.

"Muitas vezes, você pensa que não faz muita diferença, mas após uma primeira experiência conectada durante uma viagem, fica difícil abrir mão dessa comodidade", conta. A empresa de Lucas Oliveira, a Select X, oferece um pacote com três componentes que possibilitam a instalação do equipamento no teto ou no painel do automóvel. "O kit inclui antena, suporte e cabo.

O suporte pode ser para teto ou painel. O kit para painel custa R$ 2.800, enquanto o para teto sai por R$ 3.500", detalha.

Embora os sinais provenientes dos satélites da Starlink desçam de cima para baixo, há situações específicas em que a conexão pode sofrer interferências, conforme explica Oliveira. "Por exemplo, ambientes cercados por árvores densas podem prejudicar a recepção", comenta. Além de facilitar o acesso à internet em locais isolados, a conexão via satélite da Starlink apresenta uma qualidade superior à média, com baixa latência, o que permite o uso de aplicativos interativos.

Rafael de Amorim Silva, professor associado no Instituto de Computação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e doutor em engenharia eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), explica o motivo dessa alta performance. "Os sinais da Starlink oferecem uma qualidade superior e uma latência muito baixa. O principal fator que afeta a velocidade da internet é a latência, que é o atraso causado pelo percurso da onda eletromagnética até o satélite e de volta à Terra", explica.

O docente destaca que, além de viabilizar o trabalho remoto, essa tecnologia tem impulsionado avanços no setor rural, com o uso de máquinas, drones, automação e monitoramento de animais. "Tudo isso faz parte do conceito de Internet das Coisas. Os dispositivos precisam estar conectados para que gestores possam controlar operações e receber informações essenciais para a tomada de decisões", conclui.