A possibilidade de um conflito remoto na Europa se intensifica à medida que incidentes envolvendo drones russos se multiplicam nas fronteiras do continente. Recentemente, a Dinamarca identificou aeronaves não tripuladas próximas a suas instalações militares, incluindo a Base Aérea de Karup, levando ao fechamento temporário de aeroportos e ao aumento da vigilância aérea.
A Alemanha também revelou planos de atualização legislativa para que suas forças armadas possam neutralizar veículos aéreos não autorizados que cruzem sua fronteira aérea. Na semana passada, a Dinamarca detectou veículos aéreos russos em áreas estratégicas próximas às regiões de Amager e Dragør, com o governo confirmando a instalação de radares móveis na zona militar de Pionegaarden.
Além disso, as autoridades locais têm monitorado relatos de centenas de supostos avistamentos por parte da população. Como resposta, o governo anunciou que buscará apoio militar da Suécia para elevar sua capacidade de defesa contra possíveis ataques de drones.
De acordo com fontes militares, os países bálticos e os demais estados nórdicos também reforçam suas ações de proteção, diante de crescentes atividades de espionagem, ameaças e atos de sabotagem atribuídos à Rússia.
O temor de uma escalada levou a Alemanha a alertar que a ameaça de incursões de veículos aéreos não autorizados é considerada de grau “alto”, com planos de modificar sua legislação para permitir o abatimento de aeronaves invasoras. Em um contexto diplomático, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, enviou um aviso severo à OTAN e à União Europeia, afirmando que qualquer agressão contra Moscou resultará em uma “resposta decisiva”.
Ele acusou as potências ocidentais de utilizarem a Ucrânia como instrumento de confronto contra a Rússia, negando intenções de atacar a aliança militar. Por sua vez, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que os ataques russos com drones servem tanto para testar as defesas europeias quanto para diminuir o apoio internacional à Ucrânia.
Segundo ele, 92 drones russos foram interceptados em território ucraniano, enquanto 19 conseguiram atingir seu espaço aéreo, apontando a Itália como um possível próximo alvo. Na Organização das Nações Unidas, o chanceler russo reafirmou que Moscou não tem intenções de realizar ataques com drones contra a Europa, embora tenha alertado que qualquer agressão será respondida de forma firme.
Essas declarações ocorrem após recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que apoiou ações de defesa agressivas contra aeronaves russas que adentrem o espaço aéreo da OTAN, além do secretário-geral da aliança, Mark Rutte, que afirmou que ações militares podem ser necessárias para proteger os países-membros. A situação permanece tensa, com as forças militares e diplomáticas de ambos os lados se preparando para possíveis escaladas futuras.
A crise dos drones evidencia o risco de um conflito mais amplo, com diversas nações reforçando suas estratégias de defesa e alertando sobre as consequências de ações provocativas na região.