Após uma redução na nota de crédito pela S&P e uma desvalorização de 33% de seus títulos prevista para 2025, a petroquímica Braskem decidiu contratar consultores especializados para reavaliar sua composição de capital. A iniciativa visa ampliar sua liquidez e estabelecer estratégias que possam minimizar os efeitos de um setor profundamente afetado há anos.
De acordo com informações divulgadas pela própria companhia, os consultores irão elaborar um diagnóstico detalhado de alternativas econômicas e financeiras, com foco na otimização da estrutura de capital da empresa.
Por Giovanna Bellotti Azevedo | 26 de setembro de 2025 às 10h54
Segundo reportagens da Bloomberg, a companhia está recorrendo a assessores jurídicos e financeiros como uma estratégia para fortalecer suas bases diante do atual cenário desafiador, marcado por uma crise no setor petroquímico e por um desastre ambiental de longa duração.
A contratação visa elaborar um plano de alternativas que possam melhorar a relação entre custos e receitas, além de buscar formas de tornar sua estrutura de capital mais resiliente, conforme divulgado em comunicado oficial nesta sexta-feira.
O documento, que não revela nomes dos consultores, afirma que a companhia continua empenhada na implementação de ações para amenizar os efeitos de uma crise prolongada na indústria química local e fortalecer sua competitividade internacional.
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A joint venture Braskem Idesa, que une a brasileira à mexicana Grupo Idesa, também recorre a consultores para aprimorar suas estratégias.
Dificuldades como excesso de oferta, demanda fraca e as consequências do colapso de uma mina de sal em Alagoas, que resultou na perda do grau de investimento, têm afetado a companhia nos últimos tempos.
Recentemente, o temor de uma reestruturação aumentou após rumores de uma possível aquisição pelo empresário Nelson Tanure, conhecido por investir em ativos problemáticos, o que gerou apreensão entre os investidores.
Como consequência, os títulos da empresa tiveram sua performance prejudicada, registrando uma queda de 33% em 2025, um dos piores desempenhos entre companhias de mercados emergentes.
Para comparação, um índice da Bloomberg que acompanha os concorrentes da Braskem teve um crescimento de 7% no mesmo período.
Na semana passada, a S&P Global Ratings rebaixou sua classificação de BB- para B+, com perspectiva negativa, alertando que as ações tomadas pela empresa para melhorar seus resultados podem não ser suficientes para evitar uma queima de caixa nos trimestres seguintes.
Ratings da Moody’s e Fitch já haviam sido revistos para baixo após o segundo trimestre apresentar indicadores preocupantes de fluxo de caixa negativo e aumento do endividamento.