Desde a noite de segunda-feira, 24 de setembro, a Dinamarca vem enfrentando uma série de avistamentos de drones de origem não identificada sobre diferentes aeroportos do território. Segundo informações da polícia local, esses dispositivos ainda não foram abatidos, e as autoridades permanecem sem detalhes sobre sua procedência. Simon Skelkjaer, porta-voz da força policial dinamarquesa, declarou que não há registros de destruição dos veículos aéreos não tripulados e que, por ora, não há como determinar sua origem exata.
Ele explicou que, por volta das 20h15 (horário de Brasília), uma ocorrência envolvendo um ou dois drones foi registrada próximo à base aérea de Karup, localizada na região oeste do país, e que o incidente se prolongou por várias horas. A presença destes drones misteriosos levou ao fechamento temporário de diversos aeroportos nórdicos desde o início dos avistamentos, com as investigações conduzidas em parceria entre a polícia e o exército. A base de Karup também compartilhou pistas com o Aeroporto de Midtjylland, que precisou encerrar suas operações por breves períodos, sem, contudo, afetar voos programados, acrescentou Skelsjaer.
Em paralelo, o governo dinamarquês anunciou a aquisição de armamentos de alta precisão de longo alcance, citando a ameaça representada pela Rússia como motivação, especialmente com o aumento da possibilidade de ações militares nos próximos anos. Além disso, melhorias na capacidade de detecção e neutralização de drones estão sendo implementadas no país.
Na mesma sexta-feira, o comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, destacou a importância de construir um 'muro antidrone', enfatizando a necessidade de respostas ágeis e de aprender com experiências como a guerra na Ucrânia, para fortalecer as defesas europeias. Copenhague se prepara para sediar uma cúpula de líderes europeus que acontecerá na quarta (1º) e na quinta-feira (2).
Como parte das preparações, a cidade aceitou a oferta da Suécia de fornecer tecnologia especializada para combater ameaças de drones, garantindo a segurança do evento. A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, publicou uma mensagem na quinta-feira, 25 de setembro, na qual afirmou que o país tem sido alvo de ataques híbridos, atribuindo esses incidentes à Rússia.
Ela declarou: 'Um país que representa uma ameaça à segurança da Europa é a Rússia'. Moscou rejeitou veementemente qualquer envolvimento, rotulando os eventos como 'provocações encenadas' através de sua embaixada em Copenhague.
Por sua vez, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou que ainda é cedo para acusar a Rússia pelos ataques, enquanto o ministro da Justiça dinamarquês, Peter Hummelgaard, declarou que o objetivo dos incidentes seria disseminar medo, criar divisões e assustar a população.