Um rapaz de 27 anos, identificado como Pedro Henrique Lima Americo, enfrenta seu terceiro adiamento consecutivo para uma operação no Hospital Universitário (HU) em Maceió, ocorrido nesta sexta-feira (26).
A cirurgia, essencial para a retirada da bolsa de colostomia que ele utiliza desde que foi vítima de uma tentativa de homicídio, ainda não foi realizada após dois anos de espera. De acordo com a mãe do jovem, Maria Suelly de Lima, seu filho foi inicialmente atendido no Hospital Geral do Estado (HGE).
Contudo, após os procedimentos iniciais, a equipe médica o encaminhou ao HU devido à falta de profissionais qualificados para realizar a intervenção no primeiro hospital. "Ele já faz quase dois anos que convive com essa bolsa. Está com uma infecção intestinal e, frequentemente, somos obrigados a levá-lo à UPA.
Lá, ele só recebe antibióticos e morfina, fica internado por um tempo e depois recebe alta," relatou Maria. A família foi informada de que o procedimento, originalmente agendado para esta sexta-feira, precisou ser cancelado devido à prioridade de atendimento a um paciente com câncer.
A previsão é de que o procedimento seja remarcado para os próximos três meses, mas a mãe teme que a condição de seu filho se agrave nesse período. "Ele está sofrendo bastante, não consegue dormir direito e a alimentação não tem sido adequada desde que tudo começou. Percebo que a saúde dele piora a cada dia," desabafou Maria. Diante da negligência do sistema público de saúde,
Maria recorreu ao Ministério Público. A promotora de Justiça, Adilza de Freitas, ao saber do caso, exigiu providências do Hospital Universitário e pediu que o jovem fosse acolhido de forma adequada.
"Nosso objetivo é garantir que o Estado ofereça às vítimas de violência o mesmo tratamento reservado aos detentos nos presídios. Se fosse um preso, certamente o procedimento não teria sido tantas vezes adiado," afirmou a promotora, enfatizando a necessidade de ações imediatas para evitar o agravamento da situação.