Autoridades revelam existência de unidade especial dentro do PCC voltada para ataques contra figuras públicas

Na sexta-feira (26), Guilherme Derrite, responsável pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, detalhou uma estrutura clandestina criada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele afirmou que uma divisão de alta complexidade, batizada como Restrita Tática, foi formada por criminosos treinados especificamente para atacar representantes do Estado.

Segundo o secretário, membros dessa célula passam por treinamentos intensivos no manejo de várias armas e já participaram de operações policiais anteriores, o que demonstra o nível elevado de preparação dessa equipe.

Derrite também destacou que a morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, ocorrida na segunda-feira (15) na Praia Grande, possivelmente está relacionada a esse setor do crime organizado, aumentando a percepção do risco representado por essa facção criminosa. "Devemos estar atentos à periculosidade dessas organizações", afirmou.

O titular da pasta ainda confirmou que Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como "Jaguar", está entre os suspeitos de ser um dos atiradores. Essa hipótese foi reforçada por informações obtidas de dispositivos móveis de Luiz, apelidado de "Fofão", outro detido, que teria colaborado na fuga do criminoso. "O Jaguar, que já se encontra sob custódia, pode ser considerado como o responsável pelos disparos", declarou Derrite.

Até o momento, mandados de prisão foram expedidos contra oito pessoas, das quais quatro já foram localizadas. O secretário acredita que outras prisões devem ocorrer na próxima semana.

Relembre o homicídio do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes

Ruy Ferraz Fontes, antigo delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo e atual secretário de Administração de Praia Grande, foi vítima de uma emboscada na noite de segunda-feira (15). Aos 63 anos, ele morreu após um?? percurso que terminou com a colisão de seu veículo contra um ônibus na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas.

Após o impacto, criminosos saíram do carro e dispararam mais de vinte vezes com fuzis contra Fontes, que estava dentro do carro capotado. Em seguida, veículos utilizados na fuga — todos roubados — foram abandonados, com um deles incendiado na tentativa de destruir provas.

As investigações preliminares indicam que o ataque foi minuciosamente planejado, demonstrando a alta qualificação dos responsáveis, que perseguiram a vítima antes de abrir fogo com armas pesadas, revelando uma ação criminosa de alta sofisticação.