Desde sua descoberta inicial em 2009, o fungo Candida auris tem se disseminado por mais de 40 países, incluindo Portugal, onde foram confirmados quatro casos entre 2013 e 2023. Este microrganismo, considerado altamente mortal, possui resistência significativa aos tratamentos antifúngicos padrões. No Reino Unido, a situação chama atenção: entre novembro de 2024 e abril de 2025, foram reportados 134 diagnósticos, representando um aumento de 23% em comparação ao semestre anterior. Este fungo representa uma ameaça especialmente grave para pacientes com imunidade debilitada. Ainda que cause sintomas leves em pessoas saudáveis, quando invade o sangue ou órgãos vitais, pode levar à morte em uma proporção de 30% a 60% dos casos.
Sua resistência a medicamentos e capacidade de sobreviver em superfícies hospitalares por longos períodos dificultam o controle da disseminação. Originalmente detectado no Japão, o Candida auris preocupa por sua alta resistência a diferentes classes de antifúngicos, muitas vezes não respondendo a tratamentos tradicionais.
Como pode se espalhar silenciosamente, inclusive por pacientes assintomáticos, a detecção precoce torna-se uma tarefa difícil. A transmissão ocorre principalmente pelo contato com superfícies, equipamentos contaminados e contato direto com indivíduos infectados.
Para prevenir a expansão do fungo, as ações recomendadas incluem higiene frequente das mãos, limpeza meticulosa dos ambientes hospitalares, isolamento de pacientes infectados e uso de materiais descartáveis.
O Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças informa que a União Europeia e o Espaço Econômico Europeu já identificaram mais de 4 mil ocorrências. Em 2023, o número de infecções aumentou substancialmente, atingindo 1.346 casos confirmados em 18 países, o que evidencia o risco de surtos hospitalares cada vez maiores.