Índice de Confiança do Consumidor Atinge Máximas de 2023, Revela Pesquisa da FGV

Segundo o relatório mais recente divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou 1,3 ponto em setembro, atingindo uma pontuação de 87,5 — o nível mais alto desde o final de 2023. Essa melhora é parte de uma tendência de recuperação, perceptível na média móvel trimestral, que subiu 0,5 ponto, chegando a 86,8 pontos.

Anna Carolina Gouveia, especialista do FGV-Ibre, afirma que, após meses de oscilações moderadas, a alta registrada em setembro indica uma melhora gradual na confiança dos consumidores, atingindo níveis não vistos desde dezembro do ano passado e sinalizando uma lenta retomada das perdas observadas no encerramento de 2023.

O estudo aponta que a maior parte da elevação do ICC foi motivada por uma melhora nas expectativas futuras. O Índice de Expectativas (IE) cresceu 3,7 pontos, totalizando 91,8 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 2,5 pontos, fechando em 82,0 pontos após duas semanas de altas consecutivas.

A confiança do consumidor foi fortalecida pela perspectiva de um mercado de trabalho mais sólido e pelo recente alívio na inflação, fatores que parecem diminuir o pessimismo sobre o futuro. Contudo, altos níveis de endividamento e inadimplência ainda representam obstáculos para uma recuperação mais firme na confiança geral, avalia Gouveia.

Entre os componentes do ISA, a avaliação da condição econômica atual caiu 0,8 ponto, alcançando 93,2 pontos, enquanto a percepção da situação financeira das famílias caiu 4,3 pontos, totalizando 71,1 pontos. Já no IE, as expectativas em relação à economia futura tiveram uma alta de 6,9 pontos, atingindo 104,6 pontos, recuperando perdas acumuladas nos últimos três meses.

A previsão de melhora na situação financeira das famílias também avançou, com um aumento de 4,1 pontos, atingindo 83,9 pontos, após uma redução anterior. A única variável que permaneceu inalterada foi a previsão de compras de bens duráveis, mantendo-se em 88,2 pontos — o maior nível desde dezembro de 2023, quando chegou a 91,0 pontos.