Após mais de três décadas atrás das grades, Dominique Cristina, de 65 anos, foi libertada recentemente do presídio de Tremembé, em São Paulo.
A liberação ocorreu após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que sua detenção ultrapassou o limite máximo permitido por lei para presos de longa duração. Com uma ficha criminal extensa, Dominique, conhecida como a maior estelionatária do Brasil, foi condenada por um conjunto de 20 processos que somavam uma pena total de 57 anos de prisão, referentes às acusações que respondeu ao longo dos anos.
Apesar da condenação, ela conseguiu deixar a prisão depois que o STF reconheceu que sua detenção ultrapassou o período máximo de 30 anos previsto na legislação brasileira, levando à sua libertação.
Nascida de pai estadunidense e mãe alemã, a ex-convicta cresceu em uma infância marcada por privilégios e luxo. No entanto, sua trajetória no mundo do crime começou cedo, levando-a a ser presa pela primeira vez aos 21 anos, iniciando um longo ciclo de encarceramentos.
As acusações contra Dominique incluem delitos graves como estelionato, falsificação de documentos, uso de identidades falsas, roubos à mão armada, além de suposta participação em tráfico de armas, clonagem de veículos e assaltos. Um de seus golpes mais famosos, conhecido como “Golpe do Amor”, envolvia ameaças e chantagens com fotos comprometedoras de homens casados, além de aplicar fraudes sofisticadas em hotéis e restaurantes de alto padrão.
Durante sua última passagem por Tremembé, ela admitiu que via seus crimes como momentos marcantes de glamour. Sua permanência na prisão também foi marcada por tentativas de fuga, das quais foi recapturada duas vezes após tentar escapar.
Agora livre, Dominique planeja recomeçar sua carreira, desta vez na moda, com o lançamento de uma linha de tricô — uma técnica que desenvolveu enquanto estava detida na cadeia. Aos 65 anos, ela busca uma nova fase de sua vida, com esperança de reinvenção e novos propósitos.