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Acidente
26/09/2025 02:00:00

Operação em Minas Gerais visa desmantelar o Comando Vermelho e bloqueia R$ 223 milhões de recursos ilícitos

A ação policial, intitulada Custos Fidelis, cumpriu mais de 120 mandados de prisão e buscas em quatro estados brasileiros

Operação em Minas Gerais visa desmantelar o Comando Vermelho e bloqueia R$ 223 milhões de recursos ilícitos

Nessa quinta-feira (25), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em conjunto com a Polícia Militar divulgaram os avanços preliminares da operação Custos Fidelis, que tem como foco a repressão às atividades do grupo criminoso Comando Vermelho em quatro regiões do país.

A operação realiza a execução de 48 ordens de prisão e 84 mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Espírito Santo, com o objetivo de desarticular a estrutura financeira da facção.

O Procurador-Geral de Justiça do MPMG, Paulo de Tarso, ressaltou em coletiva que a meta é atacar diretamente o núcleo financeiro do grupo, incluindo a atuação da facção Família Teófilo Otoni (FTO), considerada uma ramificação do Comando Vermelho em Minas Gerais.

Segundo ele, a iniciativa também visa interceptar a movimentação financeira da organização. "A operação não só busca desestruturar o grupo, mas também atingir seu centro de recursos, incluindo operações na Amazônia. Pretendemos que os bens bloqueados sejam considerados perdidos e utilizados para reforçar os cofres do estado", explicou de Tarso.

As investigações indicam que o Comando Vermelho criou uma espécie de mercado atacadista de drogas, que fornece entorpecentes para diversas facções em múltiplos estados, como a FTO. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram depósitos fracionados que somaram R$ 2,3 milhões apenas na última semana.

Giovani Avelar Vieira, coordenador do Gaeco, detalhou que, em um período curto, as organizações movimentaram mais de dois milhões de reais, acumulando até R$ 8 milhões em certos momentos.

Para mascarar a origem ilícita desses recursos, utilizavam empresas de fachada, muitas focadas no comércio de pescado, realizando pequenos depósitos conhecidos como "smurfing", prática comum na lavagem de dinheiro. Até o momento, as autoridades bloquearam R$ 223 milhões em contas bancárias, ativos digitais e bens imóveis, incluindo uma propriedade de luxo avaliada em R$ 3,9 milhões na Praia do Patacho, em Maceió.

Estima-se que o valor total bloqueado possa chegar a R$ 18 bilhões. Além do bloqueio financeiro, foram apreendidos oito veículos, 26 armas de fogo e mais de 500 quilos de drogas. Na ação desta quinta-feira, 16 suspeitos foram presos, e três armas de fogo foram retiradas de circulação, conforme informações da Polícia Militar.

A operação mobilizou 140 policiais, apoiados por 46 veículos e duas aeronaves, atuando em 16 cidades diferentes. Segundo o MPMG, o Comando Vermelho utiliza o tráfico de drogas como principal fonte de receita, combinando suas atividades com crimes de lavagem de dinheiro e outras ações ilícitas.