De acordo com declarações do governo sul-coreano nesta quinta-feira (25), a Coreia do Norte está na fase final de desenvolvimento de um míssil balístico de alcance intercontinental, potencialmente capaz de transportar uma ogiva nuclear até os Estados Unidos.
Apesar de ainda não possuir tecnologia de reentrada do projétil, especialistas acreditam que essa etapa deverá ser concluída em breve. Durante uma visita a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, o presidente sul-coreano Lee Jae Myung revelou que, embora o país vizinho não tenha dominado completamente a tecnologia de reentrada atmosférica, o avanço no desenvolvimento do míssil está em fase avançada, o que ele classificou como "praticamente concluída".
O líder sul-coreano também se reuniu com investidores na Bolsa de Nova York, onde prometeu implementar medidas para mitigar os riscos de segurança emanados de Pyongyang, com o objetivo de atrair maior fluxo de investimentos e fortalecer a economia local.
Lee enfatizou que, tanto para negociações com os EUA quanto para a preservação do regime norte-coreano, o governo de Kim Jong-un continua investindo na tecnologia de mísseis capazes de alcançar territórios americanos, carregando armas nucleares e realizando ataques.
"Apesar de ainda não terem obtido sucesso total, eles estão na fase final de desenvolvimento, restando apenas a tecnologia de reentrada atmosférica, que deverá ser resolvida em breve", alertou ele. No último ano, a Coreia do Norte testou seu maior míssil balístico intercontinental até então, o Hwasong-19, que alcançou o espaço durante seu voo. E
specialistas avaliam que esses mísseis podem atingir qualquer alvo nos Estados Unidos, mas questionam a precisão do sistema norte-coreano durante a reentrada na atmosfera e a proteção da ogiva.
O presidente sul-coreano também afirmou que Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, é atualmente a única figura possível de atuar como interlocutor válido para negociações com Pyongyang.
Trump expressou interesse em se encontrar com Kim Jong-un, potencialmente ainda neste ano. Desde sua posse em junho, o presidente sul-coreano tem dedicado esforços para melhorar as relações com o Norte, propondo diálogos que, até o momento, foram rejeitados por Pyongyang.
Além disso, Lee comentou que a Coreia do Norte possui armas nucleares suficientes para garantir a segurança de seus governantes, defendendo negociações para impedir a produção de novas armas que possam ser comercializadas internacionalmente. "Nosso objetivo é reduzir o arsenal nuclear em médio prazo, buscando uma desnuclearização completa a longo prazo", afirmou.
Por sua vez, Kim Jong-un declarou que não há motivos para evitar negociações com os EUA, desde que Washington deixe de insistir na desnuclearização do país. Ele reforçou que a Coreia do Norte continuará a desenvolver suas capacidades enquanto as pressões externas persistirem.