Família concede autorização para doação de órgãos no HGE, possibilitando a vida de três pacientes em Alagoas

Uma nova família manifestou consentimento para a doação de órgãos no Hospital Geral do Estado (HGE), localizado na capital Maceió.

Desta vez, dois rins e um fígado foram arrecadados para pacientes que aguardam por um transplante em Alagoas.

A operação ocorreu com êxito nesta quarta-feira (24), conduzida por uma equipe multidisciplinar com suporte da Central de Transplantes e da Organização de Procura de Órgãos (OPO).

O doador foi declarado vítima de morte cerebral após sofrer um traumatismo cranioencefálico.

Para confirmar o diagnóstico, profissionais especializados seguiram protocolos rigorosos, que incluem dois exames clínicos realizados por médicos diferentes, conforme a Resolução nº 2.173/2017 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Esses procedimentos garantem a padronização nacional do processo.

De acordo com Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, o reconhecimento da morte encefálica permite que a família decida sobre a doação, uma atitude que pode salvar vidas, proporcionar uma melhor qualidade de vida a pacientes com doenças crônicas e demonstrar solidariedade.

"Este é um ato de compaixão que também ajuda a aliviar o sofrimento de outras famílias que vivem na angústia da espera por um órgão", declarou. Dados recentes da Central de Transplantes do estado, divulgados em agosto, apontam que 594 pessoas estão na lista de espera.

Destes, 563 aguardam por uma córnea, 23 por um rim, quatro por um fígado e mais quatro por um coração.

Todas essas pessoas estão cadastradas no Sistema Nacional de Transplantes, gerenciado pelo Ministério da Saúde, e a expectativa é que possam ser beneficiadas pelo programa estadual Alagoas Transplanta. Gustavo Pontes de Miranda, secretário de Estado da Saúde, destacou que o programa representa um avanço histórico na saúde pública alagoana.

"Ele possibilita que pacientes do SUS realizem transplantes de coração, fígado e rins no Hospital do Coração Alagoano, com toda a logística e acompanhamento necessários.

Agradecemos profundamente às famílias de doadores que tornam possível transformar esse sonho em realidade", afirmou. No Brasil, a autorização para a captação de órgãos só pode ser feita mediante a anuência familiar.

Portanto, é crucial que as famílias conheçam o desejo do doador com antecedência, para que possam tomar uma decisão informada em momento tão delicado. Sem essa permissão, a oportunidade de realizar transplantes se perde, deixando pacientes sem alternativas e com risco de óbito.

Paula Larissa, coordenadora da Organização de Procura de Órgãos, expressou gratidão às famílias que perceberam o ato de amor que a doação representa. "Embora as palavras não possam aliviar a dor de quem partiu, a generosidade de vocês trouxe esperança e renovou vidas. Cada coração que bate, a cada respiração retomada, é um legado vivo do ente querido que partiu", concluiu.