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25/09/2025 11:00:00

Impacto Positivo da Restrição de Celulares em Ambiente Escolar é Confirmado por Pesquisa Nacional

Dados indicam redução de bullying, melhora na atenção dos estudantes e aumento na ansiedade durante intervalos

Impacto Positivo da Restrição de Celulares em Ambiente Escolar é Confirmado por Pesquisa Nacional

Uma investigação conduzida pela Frente Parlamentar Mista da Educação, em colaboração com o projeto Equidade.info do Stanford Graduate School of Education, revelou que 83% dos alunos brasileiros passaram a dedicar mais atenção às aulas após a implementação de regras que proíbem o uso de celulares em sala de aula.

A pesquisa destaca uma percepção de avanço especialmente nas primeiras séries do Ensino Fundamental I, com 88% dos estudantes relatando maior foco nas atividades escolares.

No Ensino Médio, essa melhora foi percebida por 70% dos adolescentes. O levantamento também aponta que 77% dos administradores escolares e 65% dos docentes notaram uma diminuição nos episódios de bullying virtual dentro dos estabelecimentos de ensino.

Apesar disso, apenas 41% dos estudantes afirmaram perceber essa redução, indicando que alguns conflitos provavelmente não estão sendo reportados ou identificados pelos professores e gestores.

Dados adicionais mostram que 44% dos alunos relataram maior sensação de tédio durante os momentos de recreio. Essa sensação foi mais frequente entre estudantes do Ensino Fundamental I, com 47%, e no período matutino, com 46%. Além disso, quase metade dos professores (49%) observou um aumento na ansiedade dos alunos em decorrência da ausência do uso do celular. Regionalmente, o Nordeste se destaca positivamente, registrando 87% de melhorias no ambiente escolar.

Em contrapartida, as regiões Centro-Oeste e Sudeste apresentaram os menores índices de progresso, com 82%, sugerindo que fatores regionais influenciam a efetividade das medidas adotadas. Rafael Brito, presidente da Frente Parlamentar, afirmou: “Proteger nossos estudantes do uso de celulares em sala é fundamental para criar um espaço mais saudável e voltado ao aprendizado.

Os resultados atuais reforçam que a educação deve ser prioridade, com políticas que valorizem o presente e preparem os jovens para o futuro.” Claudia Costin, líder do projeto Equidade.info, destacou que, apesar dos avanços na atenção e no foco dos estudantes, ainda há desafios relacionados ao tédio, à ansiedade e ao bullying, que permanecem presentes entre os jovens.

"A redução do bullying virtual, segundo gestores, é significativa, mas é essencial ouvir a voz dos estudantes que ainda sentem esses problemas. A limitação do uso do celular foi positiva, porém insuficiente por si só: as escolas devem desenvolver estratégias específicas de interação para diferentes faixas etárias”, afirmou.

De acordo com Guilherme Lichand, coordenador do Equidade.info e professor da Stanford, os dados reforçam a necessidade de estratégias pedagógicas ajustadas às diferentes idades e contextos de ensino. “A regulamentação do uso de celulares beneficia o aprendizado, porém o próximo passo é garantir que as ações sejam efetivas em todos os níveis escolares, respeitando as particularidades de cada ambiente. Assim, podemos transformar essa iniciativa em uma política sustentável que combine desempenho acadêmico e bem-estar dos estudantes”, explicou.

A legislação que proibiu o uso de telefones em escolas foi aprovada e sancionada em janeiro de 2025, após tramitação no Congresso Nacional. A pesquisa envolveu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores de escolas públicas e privadas de todas as regiões do Brasil, coletando dados entre maio e julho de 2025.