Na terça-feira, 23 de setembro de 2025, o dólar atingiu seu menor valor em mais de um ano, fechando com uma queda de 1,11%, a R$ 5,2791, refletindo um ambiente de maior tranquilidade nas relações diplomáticas entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos.
Segundo a própria declaração de Donald Trump, a uma "excelente sintonia" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi crucial para o desempenho positivo do real no mercado cambial, tornando-se a moeda de melhor desempenho entre as principais divisas emergentes nesta sessão.
Esse clima mais amistoso entre as lideranças abriu espaço para especulações de negociações tarifárias, com expectativas de que representantes de ambas as nações possam se reunir na próxima semana para avançar nas discussões. A possibilidade de um encontro foi confirmada pelo Palácio do Planalto, que comunicou, por meio de assessoria, que Lula e Trump tiveram um encontro breve e cordial na ONU e sinalizaram interesse em dialogar novamente na semana seguinte.
O impacto positivo também foi reforçado pelo recuo de mais de 1% nos contratos futuros de petróleo, que haviam sofrido quatro sessões consecutivas de baixa, contribuindo assim para a valorização do real.
Além disso, o mercado financeiro acompanhou as declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que apontou uma redução significativa na criação de empregos nos EUA e reforçou a não interferência na política monetária pelo banco central norte-americano. Paralelamente, a ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil revelou uma tendência de inflação em leve desaceleração, embora sem sinais de cortes de juros no curto prazo.
Essa combinação de fatores sugere uma possível ampliação do diferencial de juros entre Estados Unidos e Brasil, o que tende a fortalecer o real, conforme explica Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. A expectativa é de que o aumento dessa diferença aumente o risco e, por sua vez, valorize a moeda brasileira.
Na agenda econômica, a arrecadação federal de agosto totalizou R$ 208,791 bilhões, valor inferior à previsão média de R$ 214,50 bilhões estimada pelo levantamento da Projeções Broadcast. Mesmo assim, o analista João Leme, da Tendências Consultoria, avalia que esse resultado não compromete a meta fiscal do governo para 2025, que deve ser cumprida na sua faixa inferior.