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Acidente
12/09/2025 11:00:00

Hábitos diários que podem elevar significativamente as chances de desenvolver câncer de pâncreas

Pesquisa aponta relação entre higiene bucal e risco da doença, além de fatores como tabagismo e dieta inadequada

Hábitos diários que podem elevar significativamente as chances de desenvolver câncer de pâncreas

Uma investigação recente publicada na revista JAMA Oncology revela que práticas diárias de higiene oral podem aumentar até três vezes as possibilidades de desenvolver carcinoma pancreático.

O estudo destaca a presença de microrganismos, como bactérias e fungos, que se acumulam na cavidade bucal e elevam o risco de surgimento dessa doença grave. De acordo com especialistas, manter uma rotina de escovação e uso do fio dental não só ajuda na prevenção de enfermidades periodontais, mas também atua como uma medida de proteção contra o câncer de pâncreas.

No Brasil, essa enfermidade é responsável por quase 11 mil novos casos anuais. A pesquisa acompanhou mais de 122 mil indivíduos durante aproximadamente nove anos, identificando 24 espécies de microrganismos que podem aumentar ou diminuir o risco de câncer pancreático. Entre os microrganismos mais associados à elevação do perigo estão Porphyromonas gingivalis, Eubacterium nodatum, Parvimonas micra e o gênero Candida. Os especialistas ressaltam que, ao analisar o perfil das populações bacterianas e fúngicas na boca, oncologistas podem indicar os pacientes que necessitam de exames mais aprofundados.

Embora as descobertas não estabeleçam uma relação direta de causa e efeito, elas evidenciam uma correlação importante entre a presença desses microrganismos e a maior probabilidade de desenvolver a doença. Além dos fatores microbianos, o consumo de tabaco é um dos principais riscos. Pesquisa da Universidade de Michigan, divulgada na revista Cancer Discovery, demonstra que componentes químicas do cigarro podem se ligar às células, estimulando a produção da interleucina-22, uma proteína que favorece o crescimento agressivo de tumores no pâncreas. Timothy L. Frankel, um dos pesquisadores, destacou que esse processo alterou drasticamente o comportamento dos tumores, levando ao seu crescimento acelerado e disseminação.

No cenário brasileiro, o câncer de pâncreas representa cerca de 2% de todos os tipos de câncer e é responsável por 4% das mortes pela enfermidade. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), anualmente, surgem aproximadamente 11 mil novos diagnósticos no país. A dificuldade no diagnóstico precoce decorre da ausência de sintomas específicos nas fases iniciais, o que torna o tratamento mais complexo e reduz as chances de cura.

Além das práticas de higiene bucal e do combate ao tabagismo, outros fatores que aumentam o risco incluem obesidade, histórico familiar, diabetes tipo II e dietas deficientes em fibras, frutas e vegetais.