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Acidente
23/09/2025 01:00:00

Corpo de Piloto Australiana Permanece no IML de Maceió Após Queda de Avião Carregado com Drogas

A demora na liberação do cadáver ocorre oito dias após acidente em Alagoas, enquanto autoridades investigam o caso de tráfico de drogas

Corpo de Piloto Australiana Permanece no IML de Maceió Após Queda de Avião Carregado com Drogas

O cadáver do piloto australiano Timothy James Clark, de 46 anos, permanece sob custódia do Instituto Médico Legal (IML) de Maceió, mesmo oito dias após a queda do avião que ele pilotava.

A aeronave, carregada com 195 kg de cocaína, caiu na cidade de Coruripe, localizada no Litoral Sul de Alagoas.

Apesar de sua identidade ter sido oficialmente confirmada pelas autoridades locais, os familiares e representantes legais ainda não reclamaram o corpo, o que impede sua liberação para os procedimentos funerários. Caso esse atraso continue por mais 30 dias, o cadáver poderá ser sepultado como indigente, de acordo com o procedimento padrão.

Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, Ray Clark, pai do piloto que reside em Melbourne, na Austrália, revelou que soube da morte do filho por fontes internacionais. Ele contou que acreditava que Timothy morava na África do Sul, mas não confirmou se tomaria providências para trazer o corpo ao seu país de origem.

Uma amiga próxima ao piloto revelou que alertou as autoridades de seu país sobre seu desaparecimento, em março. Na ocasião, ela pediu uma verificação do seu bem-estar, mas não obteve resposta.

Ela também suspeita que Clark possa ter sido atraído involuntariamente para um esquema de tráfico internacional, sem plena consciência do perigo. "Estou em choque. Essa história não é nova para mim. Desde março, percebia que algo estava errado, mas ele parecia preso em uma situação sem saída", afirmou a mulher, que preferiu manter o anonimato. Ela também afirmou que buscou auxílio junto à Polícia Federal Australiana e ao Departamento de Relações Exteriores, sem sucesso.

"Fui eu quem iniciou as buscas por notícias dele. Depois, insisti junto às autoridades. Tim tinha contatos importantes e investimentos, e é necessário recolher seus bens pessoais na África do Sul, como telefone e cartões SIM, antes que desapareçam. Mas talvez já seja tarde demais", completou.

Conforme noticiado pelo Daily Mail, Clark ocupou cargos de direção e secretariado em diversas empresas de investimento ao longo das últimas décadas. Conhecido na internet pelo apelido The Broker, ele residia na África do Sul. Em 2015, trabalhou em uma companhia aérea que operava voos regionais na Tasmânia. Entenda o caso No dia 14 de setembro, moradores da zona rural de Coruripe ouviram um forte estrondo vindo de um canavial, o que levou a polícia a ser acionada.

Quando chegaram ao local, os policiais encontraram a aeronave monomotor totalmente destruída e o corpo do piloto. A identificação de Clark foi confirmada por meio de uma carteira de motorista australiana encontrada entre os destroços. A cocaína apreendida estava embalada em blocos que exibiam uma falsa logomarca da SpaceX. Em nota oficial, a 9ª Companhia Independente da Polícia Militar informou inicialmente que a aeronave carregava a bandeira da Zâmbia; porém, essa informação foi desmentida pelo país africano. O prefixo registrado na fuselagem,

ZU-IMX, corresponde a uma matrícula sul-africana. Os fragmentos do avião foram levados ao Aeroporto de Arapiraca para análise, permanecendo sob custódia até autorização da Justiça Federal para sua destruição. O caso também está sob investigação do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA II).