Astrônomos identificaram uma rocha espacial até então desconhecida situada nas imediações do planeta Terra. A recém-descoberta, apelidada de 2025 PN7, é considerada uma quasi-lua — um corpo rochoso que orbita o Sol e se encontra bastante perto de nosso planeta. Este objeto, que possui cerca de 30 metros de diâmetro, passa a uma distância máxima de aproximadamente 299.337 quilômetros da Terra, distanciando-se, em sua fase mais próxima, do padrão médio de 384.400 quilômetros, conforme dados da NASA.
A pesquisa, publicada na revista Research Notes of the American Astronomical Society em 2 de setembro, revela que o corpo celeste permanece em uma órbita semelhante à da Terra há décadas. Segundo Carlos de la Fuente Marcos, cientista da Faculdade de Ciências Matemáticas da Universidade Complutense de Madri, sua invisibilidade por tanto tempo ocorreu por causa de seu tamanho diminuto e sua composição delicada.
A maioria das observações foi realizada pelo telescópio Pan-STARRS, localizado no vulcão Haleakala, no Havaí, durante uma captura em 29 de agosto. A equipe de astrônomos explica que o 2025 PN7 pode passar despercebido pelos instrumentos atuais devido às suas dimensões e trajetória, que só permite sua detecção em janelas específicas de observação, quando ele se aproxima da Terra.
A proximidade mais significativa ocorre quando o objeto chega a cerca de 299 mil quilômetros, uma distância consideravelmente menor que a média de 384.400 quilômetros relatada pela NASA. Comparado a mini-luas transitórias, como a 2024 PT5, que orbitou nosso planeta por dois meses em 2024, o 2025 PN7 é considerado uma das menores quasi-luas conhecidas. Ele também se assemelha a Kamo‘oalewa, fragmento lunar antigo e um dos alvos da missão chinesa Tianwen-2, lançada em maio e com previsão de coleta de amostras em 2027.
A órbita do novo corpo apresenta uma variação, alternando entre uma trajetória mais próxima e circular, similar à da Terra, e uma em formato de ferradura, como a de Kamo‘oalewa, chegando a atingir até 297 milhões de quilômetros de distância durante sua trajetória em ferradura. Estima-se que o objeto permaneça em uma órbita próxima por cerca de 60 anos, antes de sua gravidade ser influenciada pelo Sol, alterando seu percurso.
Ainda não há confirmação sobre a composição exata do corpo, porém, a maioria dos especialistas acredita que se trata de uma rocha natural, pois objetos artificiais, como satélites antigos ou resíduos de foguetes, costumam apresentar padrões orbitais diferentes e podem ser distinguidos em análises de curto prazo. Teddy Kareta, astrônomo da Universidade de Villanova, explicou que, com base nas informações até agora, é quase certo que se trata de um corpo rochoso natural. Embora os detalhes sobre sua estrutura permaneçam incertos, a descoberta reforça a ideia de que o Sistema Solar ainda guarda muitos segredos.
Kari explica que, devido ao seu tamanho reduzido, o 2025 PN7 só é detectável em momentos específicos de sua órbita, o que torna sua observação um desafio. Sua existência sugere que o espectro de tamanhos de quasi-satélites pode ser mais amplo do que se imaginava, sem limites inferiores claros.
Por enquanto, os astrônomos continuam investigando o tamanho exato do objeto, que pode variar entre 19 e 30 metros, sendo atualmente considerado o menor quase-lua já registrado em órbita próxima à Terra. Sua trajetória inclui fases de aproximação e afastamento, com uma alternância entre uma órbita mais circular e uma trajetória de ferradura, chegando a 297 milhões de quilômetros de distância em certos momentos.
Espera-se que o corpo permaneça em sua órbita de proximidade por cerca de seis décadas antes de ser puxado de volta por forças gravitacionais, retornando ao formato de ferradura. A descoberta de uma quasi-lua tão próxima e tão pequena levanta questões sobre a origem de tais corpos. Acredita-se que ela seja um fragmento de um corpo maior ou resíduos de processos cósmicos antigos.
Como observa Teddy Kareta, embora objetos provenientes de resíduos humanos possam ocasionalmente ocupar órbitas próximas à Terra, a maioria desses corpos artificialmente orbitais é identificada por sua evolução orbital relativamente rápida em curtos períodos de tempo, o que favorece a distinção entre objetos naturais e artificiais.