O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, estabeleceu um período de 24 horas nesta segunda-feira (15) para que a Polícia Civil do Distrito Federal forneça uma explicação detalhada acerca da escolta do ex-presidente Jair Bolsonaro durante sua ida ao hospital DF Star no último domingo (14).
Bolsonaro recebeu autorização de Moraes para passar por uma intervenção médica e retornar imediatamente à sua residência no Jardim Botânico, em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto.
Na decisão, Moraes solicita informações específicas sobre a escolta, incluindo dados do veículo que conduziu o ex-presidente, os agentes que o acompanharam ao longo do procedimento e o motivo pelo qual o transporte não foi efetuado imediatamente após a liberação médica.
O documento não aponta suspeitas de irregularidades que motivaram a intervenção do ministro, porém sugere que houve uma possível demora no retorno de Bolsonaro à sua residência após a saída do hospital. Ao deixar o DF Star, Bolsonaro permaneceu na calçada, ao lado de seu médico, que concedeu uma entrevista coletiva para explicar o procedimento realizado e atualizar o estado de saúde do ex-presidente.
Durante o aguardo, apoiadores reunidos na porta do hospital ovacionaram Bolsonaro, entoando o hino nacional. O ex-presidente estava acompanhado de seus filhos Jair Renan e Carlos Bolsonaro, exibindo um curativo localizado pouco abaixo do pescoço.
Ele chegou ao hospital por volta das 8h e saiu pouco depois das 14h. Segundo o boletim clínico enviado ao Portal iG pela equipe médica do hospital, Bolsonaro foi submetido à remoção de oito lesões cutâneas no tronco e em um membro superior direito, sob anestesia local e sedação, sem intercorrências. Ainda, será realizada uma biópsia das lesões e uma avaliação do tratamento adicional.
Os exames laboratoriais indicaram que Bolsonaro apresenta anemia, motivo pelo qual recebeu reposição de ferro intravenosa, além de uma tomografia de tórax que revelou uma imagem residual de pneumonia recente, possivelmente relacionada à broncoaspiração.
Na última quinta-feira (11), Bolsonaro foi condenado pelo STF a uma pena de 27 anos e três meses por envolvimento na conspiração golpista visando alterar os resultados das eleições de 2022. Ele aguarda o prazo de recursos para iniciar o cumprimento da sentença em regime fechado. Leia também: 'Careca do INSS' desistiu de depor na CPMI; reunião foi cancelada, Lula envia carta a Trump abordando tarifas, soberania e Bolsonaro, e Rubio afirma que os EUA irão reagir à condenação de Bolsonaro.