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Acidente
14/09/2025 22:00:00

Potencial Intervenção da ONU na Crise Ucraniana: Uma Possibilidade de Paz?

Autoridades internacionais discutem o papel das missões de paz e os obstáculos políticos na resolução do conflito na Ucrânia

Potencial Intervenção da ONU na Crise Ucraniana: Uma Possibilidade de Paz?

A presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Annalena Baerbock, sugeriu que as missões de paz da organização podem desempenhar um papel ativo na busca por uma resolução pacífica para o confronto na Ucrânia.

Ela afirmou que, embora a presença de forças ocidentais no território ucraniano seja uma questão rejeitada por Moscou, o envolvimento das forças de paz poderia ser vital para garantir a estabilidade e a paz duradoura, sobretudo se a maioria dos países-membros aprovar tal iniciativa. Baerbock, que assumiu a presidência da Assembleia em 9 de setembro, declarou que esses esforços seriam "mais necessários do que nunca", não apenas na Europa, mas globalmente, diante do agravamento do conflito.

Durante entrevista publicada neste domingo (14/09) pelo jornal Bild am Sonntag, ela enfatizou que a concretização de um acordo civilizado depende de uma ampla concordância internacional e da vontade do Conselho de Segurança da ONU, que é composto por membros com poder de veto, incluindo a Rússia. No entanto, o presidente russo Vladimir Putin reiterou várias vezes sua oposição à iniciativa de uma intervenção ocidental, destacando que a solução do conflito passa por tratar as "causas profundas" do embate — principalmente, suas objeções à entrada da Ucrânia na Otan e na União Europeia.

Na tentativa de facilitar uma saída diplomática, as forças de paz da ONU, conhecidas como "capacetes azuis", são formadas por militares de vários países-membros que operam sob o comando das Nações Unidas. Essas tropas, identificadas pela cor azul em seus equipamentos de proteção, atuam como observadores ou em missões de manutenção da paz.

O Conselho de Segurança, que aprova formalmente essas missões, pode enfrentar dificuldades na implementação devido ao poder de veto exercido pela Rússia, um dos seus membros permanentes. Apesar de negociações de paz estarem em andamento há meses, elas ainda não resultaram em um acordo formal, tendo sido marcadas por encontros esporádicos entre Moscou e Kiev em Istambul, cujo principal resultado até agora foi a troca de prisioneiros. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, assinalou que as conversas estão atualmente em pausa, reforçando a complexidade do cenário diplomático. Desde o início da invasão russa na Ucrânia em fevereiro de 2022, após apoiar separatistas no leste do país desde 2014 — ano em que anexou ilegalmente a Crimeia — Moscou tem resistido às tentativas de mediação internacional.

Apesar de esforços diplomáticos, o conflito persiste, alimentado por divergências políticas e interesses estratégicos. A implantação de uma força de paz, envolvendo até dezenas de milhares de soldados ou observadores da ONU, permanece como uma possibilidade discutida, mas sua efetivação depende de múltiplos fatores políticos e da disposição da Rússia para negociar.