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Acidente
12/09/2025 09:00:00

Conexões urgentes entre mudanças ambientais e saúde mental em destaque no Setembro Amarelo

Impactos climáticos extremos afetam o bem-estar psicológico da população brasileira

Conexões urgentes entre mudanças ambientais e saúde mental em destaque no Setembro Amarelo

O mês dedicado à prevenção do suicídio, conhecido como Setembro Amarelo, reforça anualmente a necessidade de atenção à saúde emocional e aos cuidados preventivos. Entretanto, a discussão sobre como as transformações climáticas influenciam o estado psicológico das pessoas ainda não recebe a devida atenção, embora essa relação se torne cada vez mais evidente.

No Brasil, um país de grande diversidade climática e vulnerabilidade social, as consequências dos fenômenos ambientais extremos, como ondas de calor, enchentes, incêndios florestais e períodos de seca prolongada, ultrapassam os impactos econômicos e ambientais. Esses eventos também causam efeitos diretos na estabilidade mental da população, agravando quadros de ansiedade, depressão e transtornos de estresse pós-traumático, de acordo com estudos publicados na revista científica Lancet Planetary Health.

Quem sofre com a perda de residências em enchentes, famílias que veem sua produção agrícola devastada pela seca ou moradores de regiões afetadas por fumaça de queimadas, enfrenta não apenas perdas materiais, mas uma intensa sensação de insegurança, medo e desespero. Essas condições transformam o clima de fundo da rotina diária em uma fonte constante de instabilidade emocional.

Por isso, o momento de reflexão do Setembro Amarelo deve ampliar sua perspectiva, entendendo que preservar a saúde mental também implica na preservação do planeta. Combater as mudanças climáticas representa uma estratégia de prevenção ao sofrimento psíquico coletivo. A formulação de políticas públicas deve integrar ações voltadas à saúde mental, às questões ambientais e às questões sociais.

Discutir o suicídio é falar de humanidade, uma vez que um ambiente saudável é fundamental para o bem-estar de todos. Reconhecer essa relação de interdependência é um dos maiores desafios contemporâneos, além de uma oportunidade de promover mudanças significativas. Tainá de Paula, arquiteta, urbanista e ativista engajada em causas urbanas, possui especialização em Patrimônio Cultural pela Fundação Oswaldo Cruz e mestrado em Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, ocupa o cargo de vereadora licenciada e Secretária Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro. Este artigo expressa uma opinião pessoal e não reflete necessariamente a linha editorial do Brasil de Fato.