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08/09/2025 12:00:00

Sexo, o remédio natural: como a ciência comprova os benefícios da vida sexual ativa

Sexo, o remédio natural: como a ciência comprova os benefícios da vida sexual ativa

Por muito tempo, o sexo foi tratado como tabu. Hoje, pesquisas científicas e a prática médica confirmam que a vida sexual ativa vai muito além do prazer: ela contribui para a saúde física e mental, reduzindo o estresse, fortalecendo o sistema imunológico e até protegendo contra doenças cardiovasculares e cognitivas.

A ginecologista e sexóloga Mariana Landim explica que o ato sexual funciona como um exercício físico leve a moderado, capaz de regular a pressão arterial, aumentar a frequência cardíaca e melhorar a circulação. Segundo ela, os hormônios liberados durante a relação reduzem dores como cólicas e enxaquecas, além de melhorarem o humor e a qualidade do sono.

Um estudo da Universidade do Arizona demonstrou que, em camundongos com insuficiência cardíaca, a atividade sexual melhorou a função do coração, reduziu acúmulo de fluidos e aumentou a longevidade em quase 25%. Já uma pesquisa da Universidade de Oxford em parceria com a de Coventry, publicada no The Journals of Gerontology, mostrou que pessoas acima de 50 anos sexualmente ativas apresentaram melhor desempenho cognitivo, especialmente em fluência verbal e habilidades visuoespaciais.

Pesquisadores de instituições como o Centro Médico da Universidade Erasmus, de Utrecht, e da Universidade de Utah também destacam os efeitos imediatos e duradouros da sexualidade: redução do estresse, fortalecimento do sistema imune e estímulo da produção de hormônios como oxitocina e endorfinas, que funcionam como um “ansiolítico natural”.

O orgasmo, considerado o ápice da excitação, desencadeia uma série de reações fisiológicas, como liberação de hormônios do prazer, redução de hormônios do estresse e relaxamento da musculatura. Mariana Landim ressalta que qualidade e frequência devem caminhar juntas. Relações satisfatórias fortalecem o sistema de recompensa cerebral, enquanto relações sem qualidade podem gerar frustração e afastamento emocional.

Segundo o psiquiatra Pedro Leopoldo de Araújo Ortiz, o sexo é um recurso poderoso para a saúde mental. Durante a relação, a liberação de dopamina, serotonina e oxitocina melhora o humor, reduz a ansiedade e fortalece vínculos afetivos. Ele destaca ainda que esse processo ajuda a proteger contra depressão, declínio cognitivo e até doenças neurodegenerativas.

Estudo da Wilkes University, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas que fazem sexo uma ou duas vezes por semana têm 30% mais imunoglobulina A (IgA), anticorpo essencial contra infecções. Ortiz acrescenta que até a masturbação pode trazer benefícios, já que o que importa é a excitação e o orgasmo.

Para ele, falar abertamente sobre sexualidade também é essencial. “O silêncio sobre o sexo é um veneno silencioso. Quando o desejo é nomeado e compartilhado, ele deixa de ser fonte de angústia e se transforma em força de vida”, afirma.

Especialistas reforçam que o sexo deve ser encarado não apenas como performance, mas como prática de autocuidado e bem-estar. Mais do que um ato físico, é uma experiência de vínculo, prazer e saúde.

No Dia do Sexo, celebrado em 6 de setembro, a sexóloga e psicóloga Alessandra Araújo sugere cinco formas de celebrar a data: redescobrir o prazer em detalhes com beijos e carícias prolongadas; preparar um ambiente íntimo e aconchegante; conversar abertamente sobre desejos e fantasias; experimentar novidades para quebrar a rotina; e focar no prazer mútuo e na conexão entre os parceiros.

A ciência confirma: o sexo é não apenas uma expressão de prazer, mas também um aliado indispensável para uma vida mais saudável, equilibrada e feliz.