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Acidente
06/09/2025 00:00:00

Crescimento da Crise Climática na Amazônia

Pesquisa revela um aumento preocupante na duração das secas na região

Crescimento da Crise Climática na Amazônia

A incidência de secas na Amazônia está se agravando, com uma média de 12 dias a mais a cada década.

(Fonte da imagem: Agência Brasil)

De 1985 a 2020, a temperatura média da floresta amazônica elevou-se em apenas dois graus, uma alteração que pode parecer insignificante para aqueles que ignoram as transformações climáticas. No entanto, cada aumento térmico neste ecossistema resulta em um incremento na mortalidade das árvores, intensificação na frequência e severidade das secas e incêndios, deterioração do ciclo hídrico devido à diminuição das chuvas e um aumento no risco de savanização da floresta. Ademais, a funcionalidade e a biodiversidade do bioma estão sendo comprometidas, com potenciais consequências irreversíveis.

Essas observações foram confirmadas por um estudo da Fundação Oswaldo Cruz, parte do projeto "Vulnerabilidades à Mudança do Clima", datado de 2016. Recentemente, um artigo desenvolvido por acadêmicos da Universidade de São Paulo (USP) revisitou 35 anos de informações sobre desmatamento na área.

Os achados deste estudo apresentam dados alarmantes, apontando que a duração da estação seca está se prolongando, em média, 12 dias a cada dez anos. Os especialistas afirmam que não há espaço seguro para atividades econômicas no bioma que impliquem a remoção da vegetação nativa.

Isso levanta uma questão crítica: devemos abrir mão das riquezas e potenciais da Amazônia, condenando sua população à pobreza contínua? Definitivamente, não! Já está amplamente comprovado que a exploração sustentável dos recursos florestais é viável, desde que realizada de maneira responsável, com consciência ambiental e planejamento apropriado.

No entanto, no Brasil, a adoção de práticas de uso econômico sustentáveis se torna um desafio ainda maior, considerando a necessidade de evolução abrangente em diversas áreas: é crucial que a legislação ambiental seja revisada; os órgãos responsáveis pela prevenção e combate a abusos, como o Ibama e o ICMBio, precisam de um fortalecimento significativo; e uma colaboração sem precedentes entre os governos federal, estaduais e municipais é essencial; além da necessidade de suporte de governos internacionais nesse esforço.

Em resumo, o nível de ajustes e melhorias exigirá um esforço considerável, mas isso ainda é viável. O agravamento dos efeitos climáticos na Amazônia torna urgente a discussão sobre este novo caminho a ser trilhado.