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Acidente
04/09/2025 10:00:00

A Coqueluche Retorna nas Américas com Cepas Resilientes

Organização Pan-Americana da Saúde Alerta para Aumento de Casos e Resistência a Antibióticos

A Coqueluche Retorna nas Américas com Cepas Resilientes

Em um preocupante desenvolvimento, a coqueluche, uma doença altamente transmissível, está ressurgindo nas Américas, trazendo consigo cepas que demonstram resistência a tratamentos medicamentosos. A agência das Nações Unidas, Unicef, destaca que esse fenômeno está associado à diminuição nas taxas de vacinação, além do uso excessivo de antibióticos durante a pandemia de COVID-19, que comprometeu a eficácia dos tratamentos.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) expressou sua apreensão em relação ao aumento significativo de casos de coqueluche, que saltaram de 4.139 em 2023 para 43.751 em 2024. Nos primeiros sete meses deste ano, foi registrado um total superior a 18.595 casos e 128 óbitos em nove diferentes países.

Importância da Vacinação e Tratamentos

Conforme informações da Opas, o aumento dos casos está diretamente relacionado à queda nas taxas de vacinação. A coqueluche pode ser prevenida com a administração de três doses da vacina DPT para crianças menores de um ano, seguidas de reforços durante a infância e adolescência. A agência enfatizou a necessidade urgente de reforçar os sistemas de vacinação e de vigilância sanitária.

Outro desafio significativo reside no fato de que o tratamento habitual se baseia em antibióticos como azitromicina, claritromicina e eritromicina. Entretanto, as mutações na bactéria Bordetella pertussis, responsável pela coqueluche, têm diminuído a eficácia desses medicamentos, dificultando o tratamento dos pacientes e a prevenção entre aqueles que estão em contato próximo.

A Opas alertou que o uso inadequado e generalizado de antibióticos, como a azitromicina, durante o período da pandemia pode ter favorecido o surgimento de cepas resistentes. Desde 2024, casos de resistência foram documentados em países como Brasil, México, Peru e Estados Unidos, detectados devido ao fortalecimento dos sistemas de vigilância e diagnóstico.

Riscos à Saúde Pública

A resistência antimicrobiana representa um grave desafio, pois as bactérias desenvolvem mecanismos para se proteger dos efeitos dos medicamentos, tornando-os ineficazes. No contexto da coqueluche, essa resistência pode limitar as opções terapêuticas, dificultar o controle da doença e aumentar o risco de complicações severas, especialmente em regiões com baixa cobertura vacinal.

Pilar Ramón-Pardo, chefe do Programa Especial de Resistência Antimicrobiana da Opas, afirmou que a vacinação, a vigilância e o uso responsável de antibióticos são fundamentais para evitar que a coqueluche se torne uma séria ameaça à saúde pública novamente. Ela ressaltou que ainda existe uma oportunidade de conter essa situação, mas é crucial “agir imediatamente”, incluindo o aumento da capacidade de resposta a surtos.

A coqueluche, uma infecção respiratória altamente contagiosa, provoca intensas crises de tosse seca e pode afetar a traqueia e os brônquios, representando um risco significativo, especialmente para os mais vulneráveis.