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Economia
16/08/2025 09:00:00

Agronegócio pressiona e Banco do Brasil tem queda de 60% no lucro

Agronegócio pressiona e Banco do Brasil tem queda de 60% no lucro

Mesmo após revisões negativas de analistas, o Banco do Brasil apresentou resultados abaixo do esperado no segundo trimestre de 2025. O lucro líquido ajustado despencou 60% em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 3,78 bilhões. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) caiu para 8,4%, frente a 16,7% no trimestre anterior, ficando bem atrás dos concorrentes Itaú (23,3%) e Bradesco (14,6%).

O principal fator para o desempenho ruim foi o aumento da inadimplência no setor agropecuário, área em que o banco tem forte atuação. A carteira agro soma R$ 405 bilhões, dos quais R$ 12,73 bilhões estão em atraso, equivalente a 3,49% do total. O índice geral de inadimplência ficou em 4,21%.

Além do agronegócio, a pessoa física registrou aumento na inadimplência de 5,10% para 5,59%, enquanto nas empresas passou de 4,06% para 4,18%. Segundo a presidente do banco, Tarciana Medeiros, os próximos trimestres ainda devem refletir esse cenário, já que o ciclo do crédito rural dura cerca de 36 meses e concentra vencimentos entre junho e setembro.

Outro ponto que pesou no balanço foram as novas regras contábeis para provisões, que elevaram o volume reservado para perdas. O custo de crédito chegou a R$ 15,9 bilhões no trimestre, contra R$ 10,15 bilhões no início do ano e R$ 7,8 bilhões no mesmo período de 2024.

A instituição reduziu suas projeções para o lucro de 2025. A previsão, que antes variava entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões, agora foi revisada para R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões. O percentual do lucro destinado aos acionistas também caiu de até 45% para 30%.

Mesmo com o tombo, executivos se dizem confiantes em estratégias de renegociação, protestos e ações judiciais para recuperar créditos, além da expectativa de regularização de contratos para liberar novos financiamentos do Plano Safra.

No balanço, a margem financeira bruta somou R$ 25,06 bilhões, queda de 1,9% em um ano, mas crescimento de 4,9% em relação ao trimestre anterior. O índice de Basileia ficou em 14,14%, com Capital Nível I em 13,27% e Capital Principal em 10,97%.

As ações do banco seguem voláteis, acumulando mais de 30% de perdas nos últimos meses diante da deterioração da carteira de crédito e da suspensão do guidance.