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Acidente
09/08/2025 21:00:00

Relatório independente contesta atual mapa de risco da Defesa Civil e recomenda revisão

Relatório independente contesta atual mapa de risco da Defesa Civil e recomenda revisão

Um novo relatório técnico-científico, elaborado de forma independente, trouxe dados que questionam o atual mapa de risco da Defesa Civil de Maceió, referente às áreas afetadas pelo afundamento do solo causado pela Braskem. O documento foi apresentado em audiência pública realizada no Centro Universitário Cesmac, na manhã desta sexta-feira (08).

A conclusão dos especialistas brasileiros e alemães responsáveis pelo estudo aponta para a necessidade de revisão do mapeamento da região. Marcos Eduardo, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), explicou que as recomendações incluem a criação de um mapa de danos, ressaltando que a sugestão não é feita de forma aleatória, mas com base nas limitações identificadas na metodologia usada.

O documento também traz novas análises sobre a situação da Rua General Hermes, no Bom Parto, e da área dos Flexais, abordando a segurança desses locais. O mapa de danos citado ajudará a entender melhor os fatores causadores dos problemas.

Ricardo Melro, defensor público, afirmou que pretende primeiro apresentar o relatório ao prefeito de Maceió para solicitar sensibilidade diante do estudo realizado pelos melhores profissionais do mundo, e caso não seja acolhido, irá recorrer à Justiça.

Esse novo mapa de danos deverá se fundamentar nos resultados da última vistoria feita presencialmente por representantes da Justiça Federal, do Ministério Público de Alagoas e da Defensoria Pública, que identificou diversas casas com rachaduras fora da área considerada de risco. Ainda em agosto, está prevista uma decisão judicial sobre a possibilidade de realocação nessa região.

A audiência contou também com a participação de movimentos sociais que buscam na Justiça as indenizações da empresa.

A Braskem respondeu por meio de nota, afirmando que atua desde 2019 em Maceió focada na segurança das pessoas e na mitigação, reparação e compensação dos efeitos do afundamento nos bairros afetados. O trabalho ocorre tanto dentro quanto fora do mapa da Defesa Civil Municipal, sempre com base em critérios técnicos e acordos homologados pelo Judiciário. A área monitorada é constantemente acompanhada por equipamentos capazes de detectar pequenos movimentos do solo, além das vistorias regulares do Comitê de Acompanhamento Técnico (CAT), que até o momento não indicaram a necessidade de um novo mapa.

A Defesa Civil de Maceió informou que não foi convidada para a audiência e que não teve acesso ao conteúdo apresentado. Esclareceu que o Mapa de Linhas e Ações Prioritárias, versão 5, foi elaborado em conjunto pelas Defesas Civis Municipal e Nacional, com apoio técnico do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A região afetada e áreas adjacentes são monitoradas continuamente por equipamentos que medem em milímetros os movimentos do solo e recebem visitas periódicas do Comitê de Acompanhamento Técnico. Até o momento, não há indicação para ampliar o mapa, havendo até uma redução no processo de afundamento em algumas áreas.

A reportagem aguarda novo posicionamento da Braskem.