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Guerra
09/08/2025 20:00:00

Pressão europeia contra Israel cresce: Alemanha suspende exportação de armas e França e Reino Unido avançam para reconhecer Palestina

Pressão europeia contra Israel cresce: Alemanha suspende exportação de armas e França e Reino Unido avançam para reconhecer Palestina

A ofensiva de Israel em Gaza vem enfrentando oposição crescente de aliados tradicionais na Europa. Após a divulgação de imagens de palestinos em busca de alimentos, que intensificaram a pressão internacional, governos europeus anunciaram medidas contra Israel e indicaram apoio ao reconhecimento do Estado da Palestina.

Na sexta-feira (8), o primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, comunicou a suspensão das exportações de equipamentos militares que possam ser utilizados na Faixa de Gaza. A Alemanha é o segundo maior fornecedor de armamentos para Israel, responsável por 33% das exportações, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que respondem por 66%. A decisão, válida por tempo indeterminado, foi motivada pelo plano israelense de assumir controle total do território.

Em reação, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou Berlim de “recompensar o terrorismo do Hamas”.

Especialistas, como Muhammad Shehada, consideram que essa mudança de postura europeia é sem precedentes, embora ainda de caráter simbólico, ressaltando que medidas mais concretas, como embargo comercial e suspensão geral na venda de armas, teriam impacto mais significativo.

A França declarou que pretende reconhecer o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, argumentando que é fundamental garantir a criação de um Estado palestino e enfraquecer militarmente o Hamas. O Reino Unido afirmou que seguirá o mesmo caminho caso Israel não adote medidas para conter a crise humanitária. Portugal também deu início ao processo de reconhecimento.

Na União Europeia, a Eslovênia já proibiu totalmente o comércio de armas com Israel e a importação de produtos provenientes de territórios ocupados, além de ampliar o envio de ajuda humanitária para Gaza.

De acordo com o SIPRI, Israel ocupa a 15ª posição entre os maiores importadores de armas do mundo, adquirindo principalmente dos Estados Unidos, Alemanha e Itália. Embora grande parte desses armamentos tenha sido fornecida antes do atual conflito, alguns foram usados em operações na Faixa de Gaza e contra países vizinhos.

Essas medidas representam um distanciamento inédito entre Israel e seus parceiros europeus, intensificando a pressão internacional pelo encerramento da guerra.