SIGA NOSSO:
Dólar:
...
...
Euro:
...
...
Bitcoin:
...
...
A CNN teve acesso exclusivo ao suposto contrato que Anderson de Oliveira Ferreira teria assinado para se alistar no Exército russo. O jovem, que viajou para a Rússia em fevereiro deste ano, está desaparecido há mais de um mês. A família segue sem informações sobre seu paradeiro.
O documento, encaminhado à família por um militar, traz indicações como “cumprir o serviço militar”. A tradução, feita por um especialista em russo, confirma que se trata de um contrato de alistamento. Segundo o conteúdo, existe a previsão de um seguro obrigatório que garante compensação à família em caso de danos, mas até o momento não há informações oficiais sobre o que aconteceu com Anderson.
Ainda não está claro se o jovem foi vítima de uma falsa promessa de emprego como segurança ou se viajou de forma intencional para se alistar voluntariamente no Exército russo. Seu último contato com os familiares foi em 29 de junho.
O professor Vicente Ferraro, pesquisador da Universidade de São Paulo e especialista em assuntos ligados à Rússia, explica que é comum o país recrutar estrangeiros, sobretudo em regiões com alta vulnerabilidade social, como o Sul Global. Segundo ele, os recrutadores procuram pessoas com afinidade com os valores militares e oferecem salários atrativos para os padrões desses países.
“Normalmente são oferecidos valores a partir de US$ 2 mil. Em alguns casos, há relatos de bônus na adesão e até promessa de cidadania. Esses convites são especialmente direcionados a estrangeiros que já estão vivendo na Rússia, que é um dos países com o maior número de imigrantes no mundo”, afirmou Ferraro.
O caso de Anderson não é isolado. Em 2024, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durante visita oficial à Rússia, mencionou que cidadãos indianos também haviam sido recrutados sob falsas promessas para lutar ao lado das forças russas na Ucrânia. O Kremlin se comprometeu a dispensar esses soldados.
Em meio à angústia, a mãe do brasileiro afirmou que, diante da incerteza, seu desejo é apenas obter ajuda para recuperar o corpo do filho.
A CNN tem buscado posicionamento do governo brasileiro, por meio do Itamaraty, desde a primeira reportagem sobre o caso, mas até agora não obteve resposta. O espaço permanece aberto.
