Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram na manhã deste domingo (3) para uma manifestação na orla de Maceió. O ponto de encontro foi o Corredor Vera Arruda, local tradicional de atos organizados por grupos de direita em Alagoas. De lá, os manifestantes seguiram em caminhada pela avenida beira-mar.
Durante o protesto, foram exibidos cartazes com críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os participantes do ato classificaram as ações do magistrado como autoritárias. Entre as medidas mais contestadas, estava a recente imposição de uma tornozeleira eletrônica a Bolsonaro, no contexto das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe em 8 de janeiro. O julgamento do caso, conduzido pela Primeira Turma do STF, está previsto para ocorrer ainda neste ano.
Moraes também foi alvo de sanções aplicadas pelos Estados Unidos por meio da Lei Magnitsky Global, que permite ao governo norte-americano punir cidadãos estrangeiros considerados violadores de direitos humanos. As medidas incluem o bloqueio de bens e restrições de entrada em território americano. As penalidades foram justificadas com base em denúncias de abusos de autoridade, censura e prisões arbitrárias, que teriam atingido inclusive cidadãos dos EUA.
Em carta recente, o ex-presidente americano Donald Trump acusou Moraes de perseguir aliados de Bolsonaro e de reprimir adversários políticos durante os desdobramentos dos atos de 8 de janeiro. A manifestação em Maceió contou com elogios e agradecimentos a Trump, cuja posição foi comemorada pelos presentes.
Em resposta, o Supremo Tribunal Federal divulgou nota oficial defendendo a atuação de Moraes. Segundo o comunicado, todas as decisões do relator foram confirmadas pelo colegiado do STF. A corte ressaltou que compete exclusivamente à Justiça brasileira julgar crimes contra a democracia e garantiu que todos os envolvidos estão sendo processados com respeito ao devido processo legal. O tribunal também expressou solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes.