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Atualidade
02/08/2025 20:00:00

Apesar de sinais de abertura dos EUA, governo Lula adota postura cautelosa e prepara plano de contingência

Apesar de sinais de abertura dos EUA, governo Lula adota postura cautelosa e prepara plano de contingência

Mesmo diante de acenos por parte dos Estados Unidos, o governo brasileiro mantém uma postura de cautela e segue articulando medidas para enfrentar os impactos do tarifaço imposto por Washington. A equipe econômica trabalha na elaboração de um plano de contingência voltado aos setores atingidos, enquanto o Itamaraty evita precipitações diante da possibilidade de um contato direto entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.

Na sexta-feira (1º), Donald Trump afirmou que está aberto a uma ligação de Lula para discutir as tarifas e outras questões bilaterais, mas ao mesmo tempo lançou críticas, dizendo que "as pessoas que governam o Brasil fizeram coisas erradas", o que acendeu sinal de alerta no Palácio do Planalto.

O Itamaraty avalia que é preciso definir com precisão o tom e o conteúdo de uma eventual conversa para evitar qualquer constrangimento ou desrespeito à figura do presidente brasileiro. Lula, por sua vez, respondeu de forma diplomática, afirmando que o Brasil está sempre aberto ao diálogo e que o governo tem se concentrado na proteção da economia, das empresas e dos trabalhadores.

Com o tarifaço já confirmado, ainda que com centenas de exceções, a equipe econômica do governo federal trabalha em uma resposta estratégica para mitigar os efeitos nos setores mais impactados. O plano de contingência deverá tratar caso a caso, de acordo com o grau de exposição e prejuízo estimado.

Nos bastidores, também há avaliação de que a presença ativa da família Bolsonaro nesse cenário dificulta avanços nas negociações com os Estados Unidos, principalmente em questões econômicas sensíveis. O governo acredita que um eventual afastamento dos Bolsonaro pode facilitar os diálogos institucionais.

Ainda não há confirmação de que Lula fará um pronunciamento público sobre o tema durante o final de semana. Entretanto, o assunto poderá ser tratado em um evento do Partido dos Trabalhadores (PT) previsto para domingo (3).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como positiva a sinalização de Trump e relatou que manteve contato com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para agendar uma reunião na próxima semana. Haddad também pretende abordar com Bessent a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, inclusive no que diz respeito à sua extensão e consequências.

“Eu acho ótimo. E a recíproca é verdadeira: o presidente Lula também estaria disposto a receber um telefonema dele quando quiser. Hoje, mais uma vez tive contato com a equipe do Scott Bessent para a gente fazer uma reunião na semana que vem”, declarou o ministro.