O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou que Brasil, China e Índia podem enfrentar sanções secundárias dos Estados Unidos caso a Rússia não se comprometa a negociar um acordo de paz com a Ucrânia. Ele destacou que esses países deveriam pressionar o presidente Vladimir Putin a aceitar um cessar-fogo.
Rutte afirmou que, caso os países em questão não ajam para influenciar Putin, as sanções poderão atingir fortemente suas economias. "Se você mora em Pequim, Nova Délhi, ou é o presidente do Brasil, talvez queira dar uma olhada nisso, porque isso pode atingi-lo com muita força", declarou Rutte, sugerindo que os líderes desses países entrem em contato com Putin para pressioná-lo pelas negociações de paz.
O alerta de Rutte veio após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar um prazo de 50 dias para que Putin inicie negociações de paz com a Ucrânia, sob pena de sofrer "tarifas secundárias" de 100% e outras sanções. Essas penalidades seriam direcionadas aos países que continuem a fazer negócios com a Rússia, especialmente na compra de petróleo e derivados, que continuam a ser adquiridos por Brasil, China e Índia desde a invasão da Ucrânia em 2022.
Além disso, membros do Congresso dos EUA, como os senadores Richard Blumenthal e Lindsey Graham, estão pressionando por um projeto de lei que imponha tarifas de 500% sobre países que continuem a alimentar a "máquina de guerra" de Putin, incluindo Brasil, China e Índia. A medida, se aprovada, complicaria as relações comerciais entre os Estados Unidos e esses países, especialmente a Índia, que está negociando taxas recíprocas, e a China, cujas relações com os EUA recentemente melhoraram após uma trégua comercial em maio.