Ibovespa cai ao menor nível em quase 3 meses com 'efeito Bolsonaro'

Na última sexta-feira, 18 de julho, o Ibovespa, principal índice da B3, registrou uma queda de 1,61%, fechando aos 133.381,58 pontos, o nível mais baixo desde 23 de abril. Esse desempenho reflete um cenário instável, impulsionado por tensões políticas e comerciais, especialmente devido à escalada do conflito entre Brasil e Estados Unidos.

O impacto foi causado, em grande parte, pelas declarações do ex-presidente Donald Trump, que associou a sobretaxa de 50% às importações do Brasil, devido à perseguição alegada a Bolsonaro pelas instituições brasileiras. A disputa política interna, envolvendo Bolsonaro, o STF e a reação dos Estados Unidos, gerou incertezas que afetaram negativamente o mercado.

O Ibovespa, que estava em alta no início de julho, viu um retrocesso de 2,06% na semana, e 3,94% no mês. O recuo acentuado do índice se deu após o recorde histórico de 141 mil pontos, alcançado em 4 de julho. Desde então, o índice tem enfrentado dificuldades, e a perda de confiança dos investidores gerou um movimento de cautela, resultando em uma busca por proteção nos ativos financeiros.

Além disso, a reação de Trump às operações da Polícia Federal, que monitoraram o ex-presidente Bolsonaro com tornozeleira eletrônica, gerou ainda mais incertezas. Aliados de Bolsonaro acreditam que Trump pode intensificar a pressão com novas tarifas, o que pode afetar setores-chave da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria.

Entre as principais ações, o destaque foi a Vale, que subiu 0,48%, enquanto as ações de setores como energia e finanças tiveram perdas, com destaque para Braskem (-7,59%) e Santander Unit (-5,19%). A alta do dólar também impactou o mercado, que agora aguarda uma possível reação na próxima semana, com a expectativa de recuperação, apesar da tensão contínua.

O ambiente de incerteza política, aliado à guerra tarifária com os EUA, segue como principal fator de volatilidade no mercado, deixando os investidores atentos ao desenrolar dos acontecimentos políticos e comerciais nos próximos dias.