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Mundo
14/07/2025 20:00:00

Conflitos entre beduínos e drusos deixam dezenas de mortos e feridos na Síria, diz ministério

Conflitos entre beduínos e drusos deixam dezenas de mortos e feridos na Síria, diz ministério

Pelo menos 30 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas em confrontos armados registrados na cidade de Sweida, no sul da Síria, segundo informou o Ministério do Interior sírio nesta segunda-feira (14). A violência teve início após uma série de sequestros ocorridos na sexta-feira (11), incluindo o rapto de um comerciante druso na estrada que liga Damasco à região.

Sweida, capital de uma província majoritariamente drusa, viveu sua primeira onda de conflitos sectários dentro do perímetro urbano. Os confrontos foram desencadeados por tensões entre combatentes beduínos e milícias drusas e se intensificaram no bairro de Maqwas, zona leste da cidade, habitada por tribos beduínas. Segundo relatos, o local foi cercado por grupos armados drusos e acabou sendo tomado por esses combatentes.

Testemunhas afirmam que homens armados das tribos beduínas também lançaram ataques contra vilarejos drusos nos arredores oeste e norte da cidade. Uma fonte médica relatou à Reuters que ao menos 15 corpos foram levados ao necrotério do hospital estadual de Sweida, enquanto cerca de 50 feridos foram encaminhados para tratamento médico, alguns transferidos para a cidade vizinha de Deraa.

Diante da escalada, o governo sírio anunciou que suas forças de segurança realizarão uma intervenção direta na cidade, pedindo a colaboração das lideranças locais para conter a violência.

O pesquisador druso Rayan Marouf, baseado em Sweida e responsável pelo site Suwayda24, alertou para o risco de um “banho de sangue” caso os confrontos não sejam imediatamente interrompidos. Ele classificou a situação como uma explosão súbita de violência sectária com potencial de se espalhar ainda mais.

Este episódio é parte de um padrão recente de tensões étnico-religiosas agravadas após a queda do governo de Bashar al-Assad em dezembro do ano passado, quando o líder sírio fugiu para a Rússia após 14 anos de guerra civil. Desde então, o país vive um período de instabilidade, com o aumento do número de ataques entre grupos armados, especialmente contra minorias.

As preocupações entre as comunidades minoritárias aumentaram desde a instalação de um novo governo pelos rebeldes, muitos deles ligados a movimentos islâmicos radicais. Em março, centenas de alauítas foram mortos em retaliação a ataques promovidos por antigos apoiadores do regime deposto, no que foi considerado o maior episódio de violência sectária no país desde o fim da guerra.