Novos ataques de Israel deixam dezenas de mortos em Gaza, incluindo crianças

Pelo menos 30 pessoas morreram neste domingo (13) em consequência de novos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, segundo autoridades locais. Um dos ataques mais letais atingiu um ponto de coleta de água e causou a morte de 17 pessoas, entre elas seis crianças. O exército israelense reconheceu que o episódio foi resultado de uma "avaria técnica na munição", que acabou atingindo uma área diferente do alvo pretendido.

Outro ataque, de acordo com informações do grupo Hamas, atingiu um grupo de civis que caminhava pelo centro da cidade de Gaza no período da tarde. A ação matou 11 pessoas e deixou cerca de 30 feridas.

Nas últimas 24 horas, o número total de mortos chegou a 139, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Entre as vítimas está o médico Ahmed Qandil, especialista em cirurgia geral, que se dirigia ao Hospital Batista Árabe Al-Ahli quando foi atingido.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) emitiram uma nota afirmando que o ataque no centro da Faixa de Gaza tinha como objetivo um membro da Jihad Islâmica. Segundo o comunicado, o projétil não acertou o alvo por uma falha técnica e o caso está sob investigação. “Temos conhecimento de relatos de vítimas na área, e os detalhes do incidente ainda estão sendo apurados”, informou a nota oficial.

Negociações de trégua continuam paralisadas

Enquanto os confrontos seguem intensos, as negociações para um possível cessar-fogo e a libertação de reféns permanecem estagnadas. A recente visita do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a Washington não resultou em avanços concretos. Em vídeo publicado nas redes sociais, Netanyahu classificou a viagem como “muito bem-sucedida”, referindo-se também a recentes ações militares no Irã. Ele respondeu críticas da imprensa israelense afirmando que os veículos “repetem a propaganda do Hamas e estão sempre errados”.

Um novo impasse surgiu em torno da presença de tropas israelenses durante um eventual cessar-fogo. Israel mantém a posição de que só encerrará a guerra caso o Hamas se renda, entregue suas armas e deixe o território. O grupo palestino, por sua vez, declarou que aceita libertar os cerca de 50 reféns restantes — 20 deles supostamente vivos — apenas mediante o fim da guerra e a retirada total das tropas israelenses de Gaza.

Violência também cresce na Cisjordânia

O conflito continua a se intensificar também na Cisjordânia ocupada. Neste domingo, foram realizados os funerais de dois palestinianos mortos recentemente, entre eles Sayfollah Musallet, um cidadão palestino-americano que estava de visita à região e foi morto por colonos israelenses, segundo relatos. A família de Musallet pediu formalmente ao Departamento de Estado dos Estados Unidos que investigue a morte e responsabilize os envolvidos. A administração americana, por sua vez, optou por não comentar o caso, alegando respeito à família da vítima.