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Acidente
06/07/2025 22:00:00

Relatório revela que cannabis lidera consumo de drogas no Brasil e no mundo, com 244 milhões de usuários

Relatório revela que cannabis lidera consumo de drogas no Brasil e no mundo, com 244 milhões de usuários

No Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, celebrado em 26 de junho, as Nações Unidas divulgaram o Relatório Mundial sobre Drogas 2025, com dados preocupantes sobre o avanço global no uso de substâncias ilícitas. Segundo o documento, a cannabis segue como a droga mais consumida do mundo, com cerca de 244 milhões de usuários — número que a mantém no topo da lista também no Brasil.

O relatório, apresentado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) em Viena, chama atenção para o impacto do tráfico de drogas e da criminalidade organizada, que se aproveitam de períodos de instabilidade e atingem principalmente populações vulneráveis. Em 2023, cerca de 316 milhões de pessoas usaram algum tipo de droga ilícita (excluindo álcool e tabaco), o que representa 6% da população entre 15 e 64 anos — número superior aos 5,2% registrados em 2013.

Entre os usuários, apenas uma em cada doze pessoas com transtornos relacionados ao uso de drogas recebeu algum tipo de tratamento no ano passado. Os dados de 2021 apontam que mais de 500 mil mortes foram causadas por substâncias ilícitas, resultando na perda de 28 milhões de anos de vida saudável devido a doenças ou mortes prematuras.

Além da cannabis, as drogas mais consumidas em 2023 foram os opioides (61 milhões), anfetaminas (30,7 milhões), cocaína (25 milhões) e ecstasy (21 milhões). O documento também destaca a forte expansão do mercado de drogas sintéticas, com apreensões recordes de estimulantes do tipo anfetamina, que representaram quase metade das apreensões globais de substâncias sintéticas.

A produção e o consumo de cocaína também bateram recordes históricos em 2023, alcançando 3.708 toneladas. O aumento da produção ilegal da folha de coca foi de 34% em relação a 2022, e as apreensões mundiais da droga chegaram a 2.275 toneladas, um crescimento de 68% em comparação ao período entre 2019 e 2023. O número de usuários subiu de 17 milhões em 2013 para 25 milhões no ano passado.

O relatório ainda alerta para a expansão da presença de traficantes de cocaína em novos mercados, especialmente na Ásia e na África. A violência típica do tráfico, antes concentrada na América Latina, começa a atingir também a Europa Ocidental, com destaque para os Bálcãs.

Do ponto de vista ambiental, o cultivo e a produção de drogas geram impactos significativos, como desmatamento, poluição do solo, da água e do ar. O relatório enfatiza que enfrentar a crise das drogas exige mais que repressão: é necessário investir em prevenção, tratamento, cooperação internacional e políticas baseadas em evidências.

A diretora-executiva do Unodc, Ghada Waly, defende ações coordenadas e sustentáveis para combater o narcotráfico, proteger comunidades e romper as redes criminosas que se alimentam da fragilidade social e das crises globais.