O Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) – formada por Suíça, Noruega, Liechtenstein e Islândia – concluíram um acordo de livre comércio que prevê a eliminação ou redução de tarifas sobre mais de 95% dos produtos negociados entre os dois blocos. O tratado, anunciado nesta quarta-feira (2), representa um avanço significativo nas relações comerciais transatlânticas.
Segundo comunicado da EFTA, o pacto prevê um período de implementação de até 15 anos e entrará em vigor três meses após a ratificação por todos os países envolvidos. A expectativa é que os Estados da EFTA suspendam todas as tarifas sobre produtos industriais, incluindo peixes e frutos do mar, provenientes do Mercosul. Em contrapartida, os países sul-americanos também eliminarão ou reduzirão progressivamente as taxas sobre a maioria dos produtos industriais europeus.
A principal diplomata comercial da Suíça, Helene Budliger, destacou que o acordo é uma prioridade absoluta para os países da EFTA. Em entrevista coletiva em Buenos Aires, ela ressaltou que, apesar da conclusão das negociações, ainda não é possível prever quando o tratado começará a valer efetivamente.
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil pretende ratificar o acordo durante sua presidência do Mercosul, que será iniciada nesta quinta-feira, com a transferência do comando por parte da Argentina. Vieira também demonstrou otimismo em relação à ratificação do tratado entre Mercosul e União Europeia ainda no segundo semestre deste ano.
Com o novo acordo, os países da EFTA ganham acesso a um mercado de aproximadamente 270 milhões de consumidores sul-americanos. A medida faz parte de uma estratégia mais ampla do bloco europeu, que inclui tratados recentes com Índia, Tailândia e Malásia, voltados à expansão das relações comerciais globais.
As conversas entre Mercosul e EFTA começaram em 2017, mas foram interrompidas em 2019 por divergências relacionadas a questões ambientais. Agora, com o avanço diplomático, o novo tratado reforça o compromisso entre os blocos com a integração econômica e a redução de barreiras comerciais.