O estado de Alagoas contabiliza, até esta semana, 65 mortes de cavalos relacionadas ao consumo de rações produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda., segundo dados confirmados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O número coloca o estado entre os mais afetados do país, atrás apenas de São Paulo (83 mortes) e Rio de Janeiro (69).
No total, o Brasil já soma 222 mortes de equinos associadas ao consumo dos produtos da marca, cujos lotes seguem sob investigação após denúncias registradas a partir de 26 de maio de 2025. O Mapa acompanha o caso e apura novas ocorrências em estados como Bahia, Goiás e outras cidades do interior de São Paulo, embora muitos desses registros ainda não tenham sido oficializados pela Ouvidoria da pasta.
As autoridades identificaram um padrão comum entre todos os casos confirmados: os animais haviam consumido ração fabricada pela Nutratta. A gravidade do quadro é agravada pela manifestação tardia dos sintomas, como insuficiência hepática, que muitas vezes se intensificam mesmo após a suspensão do uso da ração contaminada.
Diante da situação, o Ministério da Agricultura já realizou duas fiscalizações no único estabelecimento da empresa. Foram encontradas irregularidades sanitárias, o que levou à suspensão cautelar da produção. Em seguida, a comercialização de todos os produtos da marca foi proibida e a restrição vem sendo ampliada conforme o avanço das apurações.
A Nutratta entrou com um mandado de segurança para tentar reverter as penalidades, mas o Mapa já apresentou seus argumentos à Justiça e aguarda a decisão. O Ministério reforça que permanece atuando para garantir a segurança da cadeia agropecuária e recomenda que denúncias sejam encaminhadas à Ouvidoria oficial, pelo site gov.br/ouvidorias.