O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, entregou sua carta de demissão na noite desta sexta-feira (4), em meio a uma grave crise financeira enfrentada pela estatal. O pedido foi encaminhado a auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se encontra em viagem ao Rio de Janeiro. A oficialização da saída, no entanto, só deve ocorrer após uma conversa direta entre Lula e o agora ex-dirigente.
A expectativa nos bastidores é de que, com a saída de Fabiano, a presidência dos Correios seja transferida ao partido União Brasil, responsável pelo comando do Ministério das Comunicações — pasta à qual a estatal está vinculada. A legenda do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), tem articulado para ampliar sua presença na administração federal.
Segundo aliados de Fabiano, sua permanência no cargo tornou-se inviável diante de pressões políticas exercidas por Rui Costa, ministro da Casa Civil, e pelo próprio Alcolumbre, que teriam defendido sua substituição na chefia da empresa pública.
A crise nos Correios se agravou após o registro de um prejuízo histórico de R$ 2,6 bilhões em 2024, fato que levou Fabiano a demitir a então diretora financeira Maria do Carmo Lara Perpétuo, ex-prefeita de Betim (MG) e filiada ao PT. No fim de junho, um novo balanço apontou prejuízo de R$ 1,72 bilhão apenas no primeiro semestre de 2025 — aumento de 115% em comparação ao mesmo período de 2024, quando as perdas somaram R$ 801 milhões.
A grave situação financeira já havia motivado cortes na jornada de trabalho e a prorrogação do programa de demissão voluntária como medidas emergenciais.