O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (1º) que Israel concordou com as "condições necessárias" para um cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza. A declaração foi feita em publicação na rede social Truth Social, onde o presidente americano afirmou que, durante a trégua, os Estados Unidos trabalharão com todas as partes envolvidas para encerrar a guerra.
Trump não detalhou as condições aceitas por Israel, mas ressaltou que os governos do Catar e do Egito — que vêm atuando como mediadores — deverão apresentar a proposta final. “Espero que o Hamas aceite este acordo, porque a coisa não vai melhorar — só vai piorar”, escreveu o presidente norte-americano.
A guerra em Gaza teve início após o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos. Desde então, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, ao menos 56.647 pessoas morreram no território palestino em decorrência da ofensiva militar israelense.
Ainda não está claro se o Hamas aceitará as condições propostas. Trump, no entanto, indicou que terá uma reunião com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na próxima semana, ocasião em que pretende tratar do acordo e afirmou que será "muito firme".
Segundo Trump, Netanyahu demonstrou interesse em encerrar as hostilidades. "Posso dizer que ele quer. Acho que chegaremos a um acordo na próxima semana", disse.
O anúncio ocorre num momento em que Israel ordenou evacuações no norte da Faixa de Gaza, indicando nova ampliação da ofensiva militar na região. Em março, um cessar-fogo anterior fracassou quando Israel retomou os ataques sob justificativa de que o Hamas estaria se rearmando e planejando novos atentados.
O último acordo de trégua, estabelecido em janeiro de 2025, previa três etapas: cessar-fogo inicial, troca de reféns por prisioneiros palestinos e a retirada completa das forças israelenses de Gaza. No entanto, o processo foi interrompido ainda na primeira fase, e os ataques foram retomados. A nova tentativa de cessar-fogo é vista como uma oportunidade para uma possível retomada das negociações, embora o desfecho ainda dependa da resposta do Hamas.