O adolescente de 14 anos que assassinou os pais e o irmão de apenas três anos, no último dia 21, no Rio de Janeiro, mantinha sua namorada de 15 anos informada sobre os crimes à medida que os cometia. Segundo a polícia, a jovem, que vive em Água Boa, no Mato Grosso, incentivava as ações do garoto enquanto ele executava os assassinatos.
De acordo com o delegado Matheus Soares, logo após matar o pai, o adolescente enviou um áudio para a garota dizendo "matei meu pai", ao que ela respondeu: "atira nela agora", referindo-se à mãe do jovem. Os dois mantinham um relacionamento virtual há seis anos, e o menino afirmou em depoimento que decidiu cometer os crimes porque os pais não permitiam que ele encontrasse a namorada pessoalmente.
Após os assassinatos, os dois continuaram trocando mensagens com declarações de amor e até brincadeiras. A adolescente teria expressado orgulho pela atitude do namorado, dizendo: "nunca pensei que alguém faria isso por mim". Além disso, discutiram por mensagens diversas formas de se livrar dos corpos.
A jovem foi apreendida na noite de segunda-feira, 30, e levada para a Delegacia de Água Boa, onde permanece à disposição da Justiça. Conforme explicou a advogada criminalista Pamela Villar, se ficar comprovado que ela teve participação ativa nos homicídios, poderá responder por atos infracionais equivalentes a assassinato.
Detalhes do crime
O adolescente esperou que os pais e o irmão estivessem dormindo para então pegar a arma do pai — que possuía registro como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) — e matá-los. Em seguida, espalhou um produto químico pelo chão da residência e arrastou os corpos até a cisterna da casa, onde os escondeu.
Nos dias seguintes, familiares questionaram o garoto sobre o paradeiro dos pais e do irmão. Ele mentiu dizendo que o irmão havia se ferido ao engolir um caco de vidro e que os pais o tinham levado ao hospital. No entanto, nenhum hospital da região confirmou qualquer atendimento relacionado ao relato.
Desconfiados, a avó e um tio do adolescente comunicaram o desaparecimento à polícia. Durante a perícia na residência, foram encontrados vestígios de sangue no colchão do casal, roupas sujas de sangue e os celulares dos pais escondidos dentro de uma bolsa. Um forte odor levou os policiais até a cisterna, onde localizaram os corpos das vítimas.