Apesar do aumento expressivo no valor do café, o hábito de consumir a bebida continua presente na rotina dos brasileiros.
Há cerca de um ano, os preços do café vêm subindo de forma contínua, e esse aumento já começa a influenciar o comportamento dos consumidores. A tradicional bebida, presente nas manhãs, tardes e momentos de pausa dos brasileiros, tornou-se mais cara, tornando o prazer de um simples cafezinho um peso no orçamento.
Rubens Bezerra, gerente de uma padaria em São Paulo, afirma que uma xícara simples já custa R$ 8,90 e que o valor ainda deve subir na virada do mês.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do café subiu 80% desde abril do ano passado. Como consequência, houve uma redução no consumo. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) apontam que as vendas no varejo diminuíram 5,13% nos quatro primeiros meses de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024. O recuo mais expressivo foi em abril, com queda de 16%.
Celírio Inácio, diretor executivo da ABIC, destaca que a ligação com o café vai além do gosto: “Não é só pela bebida, mas pela história. A baixa oferta e o aumento da demanda levaram os preços a atingirem recordes nos últimos anos”.
Mesmo com a alta nos preços, o café continua presente nos balcões das padarias e nas mesas das casas brasileiras. No entanto, o impacto no bolso é inevitável, como relata a aposentada Dina Martins: “Tá muito alto, muito, não dá pra tomar café”.
A indústria do setor atribui o aumento dos preços principalmente às condições climáticas, que prejudicaram a produção em diversos países produtores.