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29/06/2025 09:00:00

Semaglutida pode reduzir risco de demência em pessoas com diabetes tipo 2, mostra estudo

Semaglutida pode reduzir risco de demência em pessoas com diabetes tipo 2, mostra estudo

Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos, aponta que o uso da semaglutida – princípio ativo presente em medicamentos como Ozempic, Wegovy e Rybelsous – pode diminuir significativamente o risco de demência entre pessoas com diabetes tipo 2.

A pesquisa analisou prontuários eletrônicos de mais de 1,5 milhão de pacientes com diabetes tipo 2 e utilizou um modelo estatístico semelhante a um ensaio clínico. Os resultados indicaram que aqueles que faziam uso de medicamentos da classe dos análogos de GLP-1, como a semaglutida, apresentaram menor propensão ao desenvolvimento de Alzheimer e outras formas de demência, em comparação com os que usavam outros medicamentos para controle da glicemia.

Embora o envelhecimento seja o principal fator de risco para doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, o estudo ressalta que condições crônicas, incluindo o diabetes, também contribuem para a deterioração cognitiva. Os pesquisadores levantam a hipótese de que a semaglutida, ao promover um melhor controle dos níveis de açúcar no sangue e reduzir inflamações associadas à degeneração cerebral, possa exercer um efeito neuroprotetor.

Além da ação metabólica, há indícios de que os análogos de GLP-1 atuem diretamente no sistema nervoso central, ajudando a mitigar inflamações que favorecem o avanço do Alzheimer. “Esse achado se soma a uma crescente evidência de que os análogos de GLP-1 podem ir além do controle metabólico, agindo de forma preventiva sobre a saúde neurológica”, afirma o estudo.

No Brasil, estima-se que aproximadamente 2 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência, sendo o Alzheimer responsável por cerca de 70% dos casos. Já o número de brasileiros com diabetes chega a 20 milhões.

Principais riscos e efeitos colaterais da semaglutida

Apesar dos benefícios apontados, especialistas alertam que o uso da semaglutida deve ocorrer apenas com prescrição e acompanhamento médico. O endocrinologista Paulo Rosenbaun, do Hospital Albert Einstein, ressalta que o uso prolongado pode causar efeitos significativos, especialmente em idosos, como a osteoporose relacionada à perda de peso. Em geral, os efeitos colaterais mais comuns estão ligados ao trato gastrointestinal.

Entre os efeitos adversos mais frequentes estão:

  • Obstipação (prisão de ventre);

  • Diarreia;

  • Náusea.

Há também contraindicações para pessoas com histórico de:

  • Pancreatite;

  • Cálculos biliares;

  • Anemia;

  • Problemas na tireoide.

Além disso, o medicamento não é indicado para quem deseja perder apenas alguns quilos sem apresentar sobrepeso ou obesidade com risco à saúde.

O médico Fabio Moura, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), reforça que esses medicamentos foram desenvolvidos para uso contínuo e de longo prazo, mas com prescrição e acompanhamento adequados para garantir segurança e eficácia.