Taiwan anuncia novos exercícios militares e promete resistir à pressão da China

O governo de Taiwan comunicou que realizará, no próximo mês, seu maior exercício militar anual com o objetivo de demonstrar sua capacidade de defesa diante da constante pressão da China. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (26) pelo ministro da Defesa, Wellington Koo, ao detalhar as manobras militares Han Kuang, em resposta à intensificação das patrulhas navais e aéreas de Pequim nas imediações da ilha.

De acordo com Koo, os exercícios simularão desde operações de “zona cinzenta” — táticas de intimidação não convencionais — até ataques diretos com tentativas de invasão. O ministro declarou que o objetivo das manobras é testar a prontidão das Forças Armadas e transmitir uma mensagem clara à China de que Taiwan está preparada para defender sua democracia e modo de vida.

Pela primeira vez, os testes envolverão os sistemas de foguetes de alta mobilidade Himars, fornecidos pelos Estados Unidos, além dos mísseis superfície-ar Sky Sword, de fabricação taiwanesa. A simulação também incluirá respostas a ataques de alta intensidade.

A apresentação das manobras ocorreu durante uma reunião do comitê liderado pelo presidente Lai Ching-te, que tem priorizado o reforço da resiliência nacional contra uma possível ofensiva chinesa. Lai sustenta que somente os cidadãos taiwaneses têm o direito de decidir o futuro da ilha e rejeita as reivindicações territoriais de Beijing.

No mesmo dia, o Ministério da Defesa de Taiwan relatou que 21 aeronaves e embarcações militares da China realizaram uma nova patrulha conjunta nas proximidades da ilha. Em resposta, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, acusou Lai de agravar as tensões e afirmou que o Exército de Libertação Popular continuará a intensificar seus treinamentos e preparativos para o combate, reforçando que atos separatistas não serão tolerados.

Taiwan é considerada por Beijing como parte inalienável de seu território. A crescente cooperação militar entre Taipé e os Estados Unidos, que embora não reconheçam oficialmente Taiwan como país independente, são seu maior aliado estratégico, tem agravado as tensões na região. Essa disputa alimenta o temor de um conflito armado, diante da recusa da China em aceitar a independência formal da ilha.