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Especial
28/06/2025 12:00:00

Compra da Braskem depende de acordo definitivo sobre desastre em Maceió

Compra da Braskem depende de acordo definitivo sobre desastre em Maceió

O empresário Nelson Tanure condicionou a apresentação de uma proposta formal para a compra da Braskem à conclusão de um acordo definitivo sobre as compensações relacionadas ao desastre ambiental causado pela extração de sal-gema em Maceió (AL), que resultou no afundamento de cinco bairros da capital alagoana e gerou bilhões em indenizações.

Para embasar sua decisão, Tanure contratou uma consultoria técnica especializada em geologia e impactos socioambientais, que será responsável por avaliar os riscos e obrigações futuras da petroquímica. Mesmo após o pagamento de cerca de R$ 13 bilhões dos R$ 18 bilhões destinados às reparações, a Braskem ainda responde a ações judiciais, incluindo uma nova ação civil pública movida pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas, que pede a revisão dos valores indenizatórios.

Além da análise ambiental, o empresário deu início a uma auditoria (due diligence) na holding NSP Investimentos, da Novonor (antiga Odebrecht), que detém 38,32% do capital total da Braskem e mais da metade das ações com direito a voto. Essa fatia está sob controle de cinco bancos credores da Odebrecht, que buscam recuperar cerca de R$ 15 bilhões em dívidas.

Uma segunda fase de auditoria, desta vez diretamente na Braskem, está prevista para ocorrer entre agosto e setembro. Para conduzir as tratativas com os bancos credores e com a Petrobras — segunda maior acionista da Braskem —, Tanure contratou o banco de investimentos francês Rothschild. No entanto, o foco do banco está restrito à possível aquisição acionária e não envolve a reestruturação das dívidas da companhia neste momento.

Paralelamente, a Braskem busca fortalecer sua geração de caixa com investimentos em projetos ligados à transição energética, como o aumento no uso de gás natural e o desenvolvimento de petroquímicos sustentáveis. Apesar desses esforços, a empresa ainda não iniciou uma renegociação de seus bônus emitidos, conforme fontes do setor ouvidas pelo Valor Econômico.