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Saúde
27/06/2025 22:00:00

Novo limite da pressão alta muda diagnóstico e reforça prevenção contra hipertensão

Novo limite da pressão alta muda diagnóstico e reforça prevenção contra hipertensão

A hipertensão arterial tem ganhado cada vez mais destaque nas pautas de saúde pública, especialmente após a recente alteração nos critérios para seu diagnóstico. A partir de 2025, autoridades médicas e instituições de saúde passaram a adotar um novo limite para a pressão considerada ideal, com o objetivo de intensificar ações preventivas e reduzir os riscos associados às doenças cardiovasculares. De acordo com o cardiologista Lucas Mello, do Instituto do Coração de São Paulo, essa atualização busca detectar precocemente os casos de hipertensão, aumentando as chances de evitar complicações graves no futuro.

Até então, o valor de referência considerado normal era de 140 por 90 milímetros de mercúrio (mmHg). Com a mudança, esse parâmetro foi rebaixado para 130 por 80 mmHg. A atualização permite que pacientes com tendência ao desenvolvimento de problemas cardíacos sejam identificados mais cedo e recebam tratamento antes que surjam agravamentos. Como a hipertensão é muitas vezes assintomática, torna-se essencial o monitoramento frequente da pressão. A médica Mariana Ferreira recomenda que adultos a partir dos 20 anos verifiquem sua pressão ao menos uma vez por ano, com maior frequência para quem possui histórico familiar da condição.

Pesquisas internacionais motivaram a mudança nos parâmetros da pressão

A redefinição dos valores de referência está baseada em evidências científicas que indicam os benefícios de um controle mais rigoroso da pressão arterial. Estudos citados pela Organização Mundial da Saúde revelam que limites mais baixos contribuem diretamente para a redução de infartos e acidentes vasculares cerebrais. O cardiologista André Santos explica que, ao diagnosticar mais pessoas em estágios iniciais da hipertensão, é possível iniciar o tratamento precocemente, aumentando a eficácia das intervenções.

A nova diretriz segue uma tendência global que busca aperfeiçoar o controle da pressão, especialmente diante do envelhecimento populacional e do crescimento de fatores de risco como sedentarismo e má alimentação. A endocrinologista Paula Nunes aponta que a medida beneficia grupos mais vulneráveis, incluindo idosos, diabéticos e pessoas com excesso de peso, ampliando o alcance das ações preventivas.

Complicações causadas pela hipertensão incluem infarto, AVC e problemas renais

A hipertensão, quando não tratada, representa um dos principais fatores de risco para doenças crônicas. O aumento constante da pressão pode danificar órgãos vitais como o coração, o cérebro e os rins. Entre os problemas mais comuns estão o infarto do miocárdio, resultado da obstrução das artérias coronárias; o acidente vascular cerebral, provocado por rompimento ou bloqueio de vasos no cérebro; e a insuficiência renal, devido ao desgaste progressivo dos rins.

Por não apresentar sintomas evidentes em muitos casos, a hipertensão muitas vezes passa despercebida. Segundo a médica Juliana Caruso, um quarto dos hipertensos desconhece sua condição. Por isso, manter consultas regulares e avaliar fatores de risco são atitudes essenciais para um diagnóstico precoce e eficaz.

Medidas preventivas são fundamentais para evitar o surgimento da hipertensão

A prevenção da hipertensão envolve mudanças simples no estilo de vida. Reduzir o consumo de sal é uma das principais recomendações: a Sociedade Brasileira de Cardiologia orienta que a ingestão diária não ultrapasse 5 gramas. Atividades físicas regulares, como caminhadas e natação, são eficazes para manter o peso e o bom funcionamento do sistema cardiovascular. A prática por pelo menos 30 minutos diários já traz benefícios, conforme explica o educador físico Sandro Oliveira.

Adotar uma alimentação balanceada, com base em alimentos naturais, como frutas, verduras e grãos integrais, também é essencial. A nutricionista Ana Costa destaca que priorizar ingredientes frescos reduz significativamente o risco de pressão alta. Além disso, evitar o cigarro e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas é indispensável. O médico Renato Silva reforça que esses hábitos agravam consideravelmente a pressão arterial.

Monitorar a pressão com frequência é outra prática recomendada. O uso de aparelhos homologados por órgãos técnicos, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas, garante medições mais confiáveis. Para quem já faz uso de medicamentos, é importante seguir as orientações médicas sem interrupções, ressalta o cardiologista Lucas Mello.

Nova diretriz busca melhorar qualidade de vida e reduzir custos com saúde

A revisão dos critérios para diagnóstico da hipertensão representa um avanço significativo nas políticas de saúde preventiva. O novo parâmetro permite que profissionais detectem mais casos em fase inicial, reduzindo a incidência de emergências médicas graves. Iniciativas como campanhas educativas, oferta gratuita de exames e fornecimento de medicamentos pelo SUS fazem parte do esforço para enfrentar esse problema de forma ampla.

Segundo o cardiologista André Santos, o principal objetivo da medida é aumentar a expectativa e a qualidade de vida da população. Com cuidados simples e atenção contínua à saúde, é possível evitar complicações sérias, diminuir a sobrecarga do sistema de saúde e promover bem-estar em escala nacional.