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Acidente
26/06/2025 09:00:00

Fake news sobre Pix beneficiou crime organizado, afirma secretário da Receita

Fake news sobre Pix beneficiou crime organizado, afirma secretário da Receita

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou nesta quarta-feira (25) que a desinformação disseminada em janeiro sobre uma suposta taxação do Pix favoreceu diretamente o crime organizado. A declaração foi feita durante um evento em Brasília, onde Barreirinhas destacou a atuação do órgão no rastreamento de transações financeiras suspeitas.

Segundo ele, a Receita já vinha monitorando movimentações bancárias há décadas em cooperação com instituições financeiras, inclusive utilizando esses dados para alimentar a declaração pré-preenchida do Imposto de Renda. No entanto, a repercussão de notícias falsas sobre uma falsa tributação sobre o Pix provocou uma crise que obrigou o órgão a suspender uma normativa, criando espaço para que o crime organizado continuasse operando sem novos mecanismos de controle.

Durante o evento promovido pelo Instituto Esfera no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Barreirinhas ressaltou que a enxurrada de desinformação teve origem em parlamentares da oposição e influenciadores de direita, que exploraram falhas de comunicação do governo federal para alimentar a ideia de que a medida teria sido adotada secretamente.

O secretário explicou que o impacto das fake news foi tão grande que prejudicou a utilização de sistemas de pagamento no país. “O mundo caiu na cabeça da Receita Federal”, declarou, acrescentando que a consequência direta da suspensão da normativa foi o fortalecimento de grupos criminosos.

Fintechs fraudulentas e lavagem de dinheiro

Barreirinhas também destacou no evento o uso de fintechs por organizações criminosas para lavagem de dinheiro. Ele citou como exemplo uma operação recente do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, que desmantelou uma fintech envolvida na movimentação de mais de R$ 6 bilhões em transações ligadas ao crime organizado.

Entre os casos citados, está o assassinato de um operador do Primeiro Comando da Capital (PCC) no aeroporto de Guarulhos, que, segundo Barreirinhas, estava diretamente relacionado à atuação de uma dessas fintechs fraudulentas. O secretário reconheceu o papel positivo das fintechs na inclusão financeira, mas alertou que elas também têm sido amplamente utilizadas por redes criminosas.

“Nós não podemos generalizar. As fintechs prestam um serviço importante para a população, mas também seria ingenuidade nossa tapar o sol com a peneira. É um instrumento que está sendo muito utilizado pelo crime”, afirmou.

A fala do secretário ocorre em meio à retomada de medidas de fiscalização e combate à criminalidade financeira, reforçando a necessidade de equilíbrio entre inovação digital e controle estatal sobre movimentações suspeitas.